Punto Essence 1.6 tem bom custo/benefício

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A decisão da Fiat de introduzir a motorização 1.6 16V e-torq na linha Punto eliminou uma espécie de abismo entre suas versões. É que, até então, o compacto premium fabricado em Betim, Minas Gerais, oferecia motorizações díspares.

De um lado a 1.4 litro Attractive, de escassos 85/86 cv. Do outro, o antigo motor 1.8 litro de 115 cv, herança da antiga parceria com a General Motors. A chegada da gama de motores produzidos pela FPT – que, inclusive, aposentou a unidade propulsora da 1.8 da GM – criou uma espécie de escadinha na linha.

A versão intermediária Essence 1.6 16V de 115/117 cv hoje responde por 35% de vendas dos modelos. A básica 1.4 Attractive, que tinha 65% de participação, viu sua participação cair para 50% depois da chegada dos novos propulsores vindos do Paraná. As versões restantes, Essence 1.8 16V, Sporting 1.8 16V e T-Jet, correspondem por 10%, 4% e 1%, respectivamente.

Acostumada com média de 3 mil unidades emplacadas mensalmente, a Fiat aposta justamente na configuração Essence 1.6 16V para incrementar as vendas do modelo com uma opção de motor mais interessante que a 1.4.

Por R$ 44.630, a versão enfrenta rivais antigos em um segmento sem novidades há tempos. Disputam território ao lado do Punto o Citroën C3 1.6 16V e Volkswagen Polo hatch 1.6. Em uma faixa de preço acima está o Honda Fit 1.4 16V – com motor menos potente e preço mais alto.

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Como principais argumentos, o Punto Essence faz jus ao nome e tem uma lista de série “enxutinha”, que dispensa complementos opcionais no caso de uma compra mais racional.

Chega de série com ar-condicionado, trio elétrico, computador de bordo, faróis de neblina, volante com regulagem de altura e profundidade.

Como opcionais, a versão pode ter o acréscimo de bancos em couro, teto solar elétrico, sensor de estacionamento, vidros elétricos traseiros, sensor de chuva e retrovisor eletrocrômico.

Para incluir duplo airbag e ABS, a Fiat agora obriga o comprador a se submeter a um daqueles famigerados pacotes.

O pacote mais barato traz de contrapeso chave com telecomando para vidros e portas e retrovisores elétricos. Com todos os opcionais, o Punto sai por R$ 12.250 a mais, o que eleva o preço do modelo a salgados R$ 56.880.

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Ponto a ponto

Desempenho – Com a entrada do motor 1.6 16V, o Punto ficou mais valente e bem-disposto. Os 117 cv são suficientes para produzir acelerações interessantes e mover os 1.194 kg do hatch compacto sem muito esforço. As retomadas são um pouco mais lentas, muito por conta do torque só começar a surgir por volta das 2.300 rpm – os 16,8 kgfm de torque máximo só são liberado plenamente aos 4.500 rpm. A unidade propulsora agrada em parceria com o bem escalonado câmbio manual de cinco. A velocidade máxima alcançada é de 182 km/h. Nota 7.

Estabilidade – O Punto não deixa má impressão. É capaz de completar curvas sem sustos e torcer dentro da normalidade prevista. Se mantém firme no chão até os 130 km/h, quando surge a sensação de flutuação. Nas freadas bruscas, o ABS opcional ajuda a manter o carro na trajetória. Mas em frenagens intensas, a frente mergulha mais que o desejável. Nota 8.

Interatividade – O hatch da Fiat tem comandos bem organizados e de fácil acesso. A ergonomia ainda é privilegiada pela coluna de direção com regulagem de altura e profundidade. A visibilidade à frente é comprometida pelo formato arredondado da dianteira – é impossível enxergar o limite do capô. As largas colunas central e traseira também atrapalham a visão do motorista. Nota 6.

Consumo – O Punto 1.6 surpreendeu positivamente neste quesito e fez média de 9,2 km/l quando abastecida com etanol, em um percurso de 1/3 de estrada e 2/3 de cidade. Nota 9.

Conforto – Por ser um modelo compacto, o Punto possui certas limitações, como espaço apenas satisfatório para ocupantes, principalmente os que habitam o banco traseiro. É na segunda fileira, aliás, que os passageiros ainda tendem a raspar a cabeça no teto por conta do caimento da terceira coluna. O isolamento acústico consegue mostrar sua eficiência até os 120 km/h. Já a suspensão é bem acertada e dá conta das imperfeições do asfalto. Nota 7.

Tecnologia – O compacto da Fiat possui um motor de projeto bem recente e disponibiliza vários recursos de conforto e segurança, como sensores de chuva, de luminosidade e de obstáculos, teto solar panorâmico, airbags frontais e ABS. Só que todos eles são opcionais. Nota 8.

Habitabilidade – Há boa oferta de porta-trecos e revisteiros nas costas dos bancos dianteiros. Mas o espaço interno é limitado demais e chega a ser claustrofóbico. A marca peca ainda por não ter acessos melhores e iluminação mais eficiente – que pelo menos alcance a segunda fileira de bancos. O porta-malas, além de pequeno, tem o fundo irregular – por causa do ressalto provocado pelo estepe –, que atrapalha a utilização. Nota 5.

Acabamento – A versão testada traz bancos e portas revestidas em couro que tentam emprestar um visual mais requintado ao Punto. Apesar do uso de plásticos no painel, os encaixes e fechamentos são precisos. No console central é utilizado um material plástico mais brilhoso, que até incrementa a estética interna. Nota 8.

Design – As linhas assinadas por Giorgio Giuggiaro são arrojadas e atraentes. Tanto que deram o tom da nova tendência de estilo da Fiat. Os destaques do modelo são os faróis angulosos e a frente bicuda. A versão Essence tem adereços como moldura nos faróis e detalhes cromados que o deixam ainda mais estiloso. Nota 9.

Custo/Benefício – Os R$ 44.630 pedidos na versão Essence 1.6 litros 115/117 cv do Punto incluem uma lista bem básica de itens de série – ar-condicionado, direção hidráulica, trio elétrico e computador de bordo. Com os mesmos componentes, o Volkswagen Polo hatch 1.6 litro de 101/103 cv é oferecido por R$ 41.430 – é mais em conta. No entanto, tem propulsor menos potente. No mesmo segmento encontra-se o Citroën C3 1.6 litro de 110/113 cv Exclusive. O hatch francês chega por R$ 45.810, aparece com os mesmos itens do Punto com o acréscimo de freios ABS e EBD, airbags frontais e ar automático de série. Nota 7.

Total – O Fiat Punto Essence 1.6 16V somou 74 pontos em 100 possíveis.

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Impressões ao dirigir – Sensato coração

A Fiat acertou em cheio quanto introduziu o motor 1.6 16V na linha Punto. É inegável o ganho do modelo em desempenho, principalmente nas arrancadas – feitas sempre de maneira competente.

A unidade propulsora fabricada pela FPT no Paraná trabalha em afinada parceria com o bem escalonado câmbio manual de cinco velocidades. O condutor consegue sair da inércia e levar o Punto aos 100 km/h em 11 segundos.

Nesta situação, os destaques são as primeiras velocidades do câmbio, bastante ágeis. O Punto vai bem até os 100 km/h. Mas é preciso ter paciência para ver o velocímetro chegar a velocidades maiores.

Com o ponteiro marcando os 130 km/h aparecem os primeiros sinais de flutuação, o que leva o motorista a fazer correções de trajetória. Em situações de retomada, o Punto tem lá suas fraquezas.

É que o propulsor 1.6 só mostra disposição a partir de 2.200, 2.300 giros. Isso atrapalha no trânsito urbano e obriga a muitas mudanças de marcha em rodovias, na hora de ultrapassar ou de enfrentar um trecho mais íngreme. Dinamicamente, o hatch compacto da Fiat se sai bem, com um comportamento neutro e equilibrado, mesmo nas curvas mais fechadas.

Outra boa surpresa foi em relação ao consumo. O modelo testado alcançou média de 9,2 km/l com etanol no tanque, em uso 2/3 urbano e 1/3 rodoviário. No mais, quando o assunto é vida a bordo, o Punto comete deslizes.

Apesar dos bancos confortáveis, da boa ergonomia e dos materiais que agradam aos olhos e ao tato, o compacto premium peca pelos acessos complicados, pelo pouco espaço interno e pelo porta-malas de pequeno aproveitamento. Para contrabalançar, o modelo tem a seu favor um visual estiloso.

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Ficha técnica – Fiat Punto Essence 1.6 16V

Motor: Álcool ou gasolina, dianteiro, transversal, 1.598 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, comando duplo no cabeçote. Injeção eletrônica multiponto sequencial e acelerador eletrônico.

Transmissão: Câmbio manual com cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não oferece controle de tração.

Potência máxima: 115 cv com gasolina e 117 cv com etanol a 5.500 rpm.

Torque máximo: 16,4 kgfm com gasolina 16,8 kgfm com etanol a 4.500 rpm.

Diâmetro e curso: 77,0 x 85,8 mm. Taxa de compressão: 10,5:1.

Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson com braços oscilantes em aço estampado fixados ao subchassi, barra estabilizadora, molas helicoidais e amortecedores hidráulicos. Traseira semi-independente, com travessa de torção de seção aberta, molas helicoidais e amortecedores hidráulicos. Não oferece controle de estabilidade.

Freios: Discos ventilados na frente e tambores atrás. ABS e EBD como opcionais.

Pneus: 195/55 R16.

Carroceria: Hatch em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,03 metros de comprimento, 1,69 metro de largura, 1,50 metro de altura e 2,51 metros de distância entre-eixos. Oferece airbag duplo frontal como opcional.

Peso: 1.194 kg em ordem de marcha, com 400 kg de capacidade de carga.

Capacidade do tanque de combustível: 60 litros.

Capacidade do porta-malas: 280 litros.

Produção: Betim, Minas Gerais.

Lançamento mundial: 2005. Lançamento no Brasil: 2007.

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Por Karina Craveiro – Auto Press

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 18 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.