Ele é um produto icônico no Japão e muito famoso no mundo 4×4. Em sua quarta geração, o Suzuki Jimny Sierra 2020 chega para ser uma alternativa mais conforto e sofisticada ao jipinho que é fabricado no Brasil, cuja produção continua regularmente.
Com preços a partir de R$ 103.990, o modelo mantém a essência off road, mas agora com as rodas no século 21.
Já revelado anteriormente, o Suzuki Jimny Sierra 2020 chega em três configurações, sendo que a 4You parte do valor citado, sendo seguida pela 4You AT por R$ 111.990 e 4Style AT por R$ 122.990.
Sim, o preço subiu muito em relação ao Jimny nacional, que tem preços entre R$ 74.490 e R$ 92.990.
Porém, existem vários diferenciais entre o utilitário feito em Catalão-GO e o importado do Japão. Esses detalhes fazem o Sierra ter um destaque sobre a geração anterior e, no Brasil, um pouco mais além.
Fiel ao conceito que deu origem ao Jimny em 1970, o Suzuki Jimny Sierra 2020 não evoluiu em porte, mantendo-se em seu tamanho compacto e ainda com direito à versão kei car, que só existe no Japão.
Aqui, o modelo chega na versão global, que é apenas um pouco mais larga e comprida, mas essencialmente é o mesmo carro.
Representada pelo grupo HPE, o mesmo de Mitsubishi, a Suzuki tem grande expectativa em relação ao Jimny Sierra, projetando um ideal de vendas de 250 unidades mensais.
Entretanto, devido a grande demanda do produto no mercado internacional, a matriz nipônica está enviando pouco menos de 100 por mês, mas se espera que suba para 120 nos próximos meses.
Como a HPE prefere mais a fabricação do que a importação, a previsão é que o Suzuki Jimny Sierra seja fabricado em Catalão nos próximos dois anos ou pouco mais.
Esse sempre foi o plano desde o início, porém, a HPE explicou que há um problema e ele está relacionado com a inspeção de qualidade no Japão.
Por conta do escândalo de não qualificação oficial de inspetores no fim da linha, seguindo uma tradição trabalhista da indústria local, que eleva os funcionários por tempo de casa, a Suzuki ficou bem mais rigorosa.
Assim, todo o processo de relacionado com produto demora muito mais do que antes, que culturalmente já não era tão rápido assim. Então, somando esse detalhe com o poder decisório de longo prazo, o Jimny Sierra só poderá ser importado no momento.
Aqui, ele assume uma posição inédita na Suzuki, pois, o Brasil é o único com as duas gerações.
Para sua atuação no mercado nacional, o Suzuki Jimny Sierra 2020 contará ainda com gama de acessórios para potencializar suas habilidades no fora de estrada e deixa-lo com um visual mais radical. Além disso, em janeiro, um rack especialmente feito pela marca, estará disponível para levar todo tipo de carga ou bagageiro no teto.
Além disso, o Jimny Sierra 2020 chega com oito cores e 12 combinações diferentes. O jipinho chega nas cores Amarelo Kinect (cor de lançamento), Azul Brisk, Bege Chiffon e Preto Bluish, todas com teto preto.
Porém, esta opção de teto custa R$ 1.350 de forma opcional nas demais cores e também nessas mencionadas, exceto a última. As outras cores com ou sem teto preto são Branco Superior, Cinza Medium, Prata Silky e Verde Jungle.
Além do visual novo, versões e cores, o Suzuki Jimny Sierra 2020 vem com novo motor 1.5 de 108 cavalos e 14,1 kgfm (confira também Suzuki Boulevard: versões e desempenho), além de transmissão manual de cinco marchas ou automática com quatro velocidades. A tração continua nas quatro rodas com seletor de modos por alavanca.
Impressões gerais
O Suzuki Jimny Sierra 2020 é um “pequeno grande” utilitário 4×4, que reúne características essenciais para o fora de estrada e ao mesmo tempo um pacote de simbolismos relacionados com sua própria essência. O estilo, que aparentemente não mudou, vem com elementos de outras gerações.
Com apenas 3,645 m de comprimento, 1,645 m de largura, 1,725 m de altura e 2,250 m de entre eixos, o Suzuki Jimny Sierra 2020 parece caber em qualquer espaço, seja numa garagem apertada, na vaga quase impossível da rua ou naquela trilha por onde não parece passar carro algum.
Mesmo com números como de altura, ele parece mais baixo que isso e bem estreito por fora.
Olhando, nós podemos ver referências ao passado, como os faróis circulares (de LED na versão 4Style) da primeira geração, emolduradas por uma cobertura preta com cinco aberturas verticais da grade, que remetem ao terceiro Jimny, aquele feito no país.
Da segunda geração, o Suzuki Jimny Sierra 2020 trouxe dois pequenos chanfros na base das colunas A e as lanternas fixadas no para-choque traseiro, tal como se viu no Brasil quando o Samurai desembarcou por aqui nos anos 90.
Diferente do kei car, o Sierra tem para-choques mais pronunciados e saias de rodas mais abauladas, evidentemente com bitolas maiores.
Com estas partes em preto, o Suzukinho vem com faróis de neblina e até cobertura nas soleiras.
Os retrovisores grandes possuem acabamento em preto brilhante. Já os faróis de LED vêm com potentes lavadores. O estepe (sem trava de segurança, que é acessório) vai fixado na tampa de abertura lateral, para à direita. Tem até câmera de ré.
O Suzuki Jimny Sierra 2020 tem quatro ganchos para reboque sob os para-choques e as rodas de liga leve aro 15 polegadas vem com desenho levemente esportivo e com acabamento em tom de grafite, tendo assim pneus ATR 195/80 R15 que, apesar da aparência “on road”, possuem certa capacidade off road.
Como já dito, mas repetindo, o Suzuki Jimny Sierra 2020 chega com capô reto para facilitar a visibilidade no fora de estrada, teto plano com calhas laterais criadas para fixar melhor barras transversais e vidros planos, de modo a reter menos sujeira no off road.
A estrutura do Jimny Sierra possui carroceria com proteção de zinco contra corrosão e rigidez torcional 50% maior com chassi de longarinas reforçado, que agora tem três travessas adicionais. Novos coxins de apoio também foram introduzidos.
No projeto, o Suzuki Jimny Sierra 2020 não poderia subir de peso e então foram usados recursos para até perder alguns quilos, como tanque de plástico de 40 litros no lugar ao anterior metálico e eixos rígidos dianteiro e traseiro mais finos e leves, porém, feitos em aço de ultra resistência. Assim, ele alcança 1.135 kg.
Falando ainda dessa parte, observa-se no Jimny Sierra que a pintura da carroceria se estende ao chassi e suportes de molas helicoidais e depois componentes presos às longarinas, mostrando que os japoneses estão com os olhos bem abertos na questão da qualidade, inclusive a percebida.
Por dentro, olhando de fora, o Suzuki Jimny Sierra 2020 parece pequeno, mas basta entrar para que aquele impressão claustrofóbica passe bem rápido.
Mesmo diminuto por fora, ele acomoda bem pessoas altas no habitáculo, especialmente em espaço lateral.
Mas, para o condutor, o destaque é que o ajuste longitudinal do banco ficou 240 mm maior, podendo agora entrar grandões sem preocupação com as pernas.
A coluna de direção é ajustável em altura. Outra característica do jipinho nipônico são as portas grandes e boa área envidraçada, dando uma visibilidade melhor, ainda mais com vidros planos.
O painel é bem próximo do para-brisa e também reflete sua proposta com mostradores de cor laranja, voltando ao passado, bem visíveis e com molduras “parafusadas” esteticamente. O acabamento geral é bom, apesar de simples. O conjunto frontal do Suzuki Jimny Sierra 2020 traz ainda multimídia com tela de 7 polegadas.
Este vem com Android Auto e Car Play, além de câmera de ré, Bluetooth e uma entrada USB. Tem ainda alguns aplicativos pré-instalados e sistema de som da JBL com alta qualidade. O voante tem visual esportivo, acabamento em couro na 4Style e comandos, incluindo piloto automático, também apenas dessa versão.
O Jimny Sierra tem porta-luvas pequeno e alça para o passageiro, logo acima.
As portas tem revestimento simples, enquanto os vidros elétricos são acionados no console, junto com controle de descida e desligamento do controle de estabilidade. Elas possuem três estágios de abertura para facilitar o acesso no fora de estrada.
Conhecemos apenas a versão automática, a 4Style (mais cara) e a alavanca de câmbio tem detalhes em preto brilhante, como no painel, além de botão de overdrive off e o seletor tem posição para travamento da primeira e até segunda marcha.
Não há opção de trocas manuais.
Entre os bancos, a alavanca do sistema AllGrip Pro tem posição de tração 2H, 4H e 4L, respectivamente 4×2, 4×4 e 4×4 com reduzida.
Os bancos são mais largos que no Jimny nacional, tendo revestimentos em tecido de fácil limpeza. Na traseira, os dois assentos agora se moldam ao assoalho, criando uma plataforma plana com os apoios de cabeça erguidos.
Isso facilita o transporte de bagagem, visto que geralmente o Jimny leva apenas duas pessoas.
Com quatro, o espaço atrás é apertado, mas aceitável pela proposta. Com os bancos traseiros erguidos, nem dá para colocar uma mochila direito no espaço que sobra até a porta traseira. Quer pernoitar no Sierra? Os bancos dianteiros deitam e formam uma cama de casal.
Impressões ao dirigir
Cabreúva-SP – O Suzuki Jimny Sierra 2020 é, antes de tudo, um carro com um propósito bem específico, que é o uso no fora de estrada. Isso evidentemente não o impede de ser um veículo interessante em outros ambientes. Além de seu habitat natural, ele vai bem na cidade, mas não em estrada.
Na selva de pedra, o Jimny Sierra é bem desenvolto. Ágil, ele enfrenta bem o trânsito pesado e cabe em quase qualquer vaga e rua estreita, mesmo que nessa seja necessário manobrar. Para isso e uso no 4×4, ele tem raio de giro de apenas 4,9 m.
Seu motor 1.5 16V, que é novo e estreou no indiano Maruti Ertiga, entrega bons 108 cavalos a 6.000 rpm e tem 14,1 kgfm a 4.000 rpm, portanto, mais potente que o 1.3 do Jimny nacional.
Esperto em baixas rotações, o propulsor trabalha bem com a caixa automática de quatro marchas, que tem as duas primeiras curtas e as seguintes, mais longas.
Assim, no anda-e-para da cidade, ele se dá muito bem, garantindo saídas animadoras e negociando bem com o tráfego. Nem é preciso dizer que a suspensão elevada passa em qualquer ambiente urbano. Lombadas, buracos, valetas, etc, esqueça com o pequeno Sierra.
Encheu? Não é problema, o Suzuki Jimny Sierra 2020 pode transpor até 60 cm de água sem snorkel.
Na direção, apenas um aviso: atenção. Por suas características no off road, o jipinho tem bastante volta de batente a batente que, com o sistema elétrico, a deixa muito leve, sendo necessário girar mais o volante para fazer curvas.
Nesse ambiente “selvagem”, onde a fauna está em disputa a cada semáforo, o Jimny Sierra vai bem e faz 10,3 km/l, segundo o Inmetro, recebendo classificação A na categoria, porém, com o resultado ruim na estrada, ele tem somente C no geral.
Falando nela, o 4×4 nãos e sente a vontade e isso reflete no consumo: 10,2 km/l.
Tendo carroceria pouco aerodinâmica, o Suzuki Jimny Sierra 2020 sofre grande arrasto durante a condução na rodovia.
Além disso, mesmo com as duas marchas mais altas, sendo longas, o pequeno utilitário parece forçado a rodar nesse ambiente, chegando a 3.300 rpm a 110 km/h.
Nas retomadas, ele requer alguma paciência e giro bem alto, para lá de 4.500 rpm, de modo a responder de forma adequada. Pode-se utilizar o modo overdrive off para arrancar um pouco mais do 1.5, saltando 1.500 rpm para ganhar disposição. As ultrapassagens também precisam de mais pé no fundo.
Com suspensão firme, ele sofre menos do que o imaginado com ventos laterais. A direção tem pouca progressão na estrada, mas não exige muita atenção ou correção constante. O nível de ruído é condizente com a proposta do carro. O ideal é uma viagem com média de 90/100 km/h, sem pressa.
No off road, porém, o Suzuki Jimny Sierra 2020 é como um menino diante de um parquinho, ele corre para brincar. Com suspensão elevada, ele tem ângulos 37° de ataque (2° a mais que o antigo), 49° de saída (3° adicionais) e vão com 28° (1° extra). A altura livre do solo subiu 10 mm, passando para 210 mm.
Antes de mais nada, o Jimny Sierra 2020 vem com controles de tração e estabilidade, assistente de rampa e diferencial traseiro com bloqueio eletrônico, além de controle de descida. Este, por usa vez, permite em velocidades de 10 km/h no 4×4 e 5 km/h no 4×4 reduzido.
Já a tração 4×4 pode ser engatada até 100 km//h e a reduzida, apenas com câmbio em neutro ou parking.
Não é recomendado rodar na estrada com o 4×4, sendo indicado o 4×2. Com estas características técnicas, o Suzuki é um carro bem ágil em estradas de terra de qualquer tipo, mesmo aquelas que parecem engolidas pela floresta.
Com 4×4 engatado, o Jimny Sierra 2020 passa bem por buracos enormes, valas, galhos caídos e lama com facilidade.
Graças ao diâmetro de giro, em caso de perda de rota, basta manobra-lo onde tiver um pouco mais de espaço. A suspensão com eixos rígidos tem um bom curso, permitindo subir e descer elevações com desenvoltura.
O conjunto motriz trabalha bem em conjunto, mesmo no 4×4 com reduzida.
Mas, o condutor pode ainda travar a primeira ou deixar até a segunda, para buscar ainda mais agilidade no off road. Tendo também boa capacidade de inclinação lateral, o Jimny Sierra muitas vezes parece que vai tombar, mas é somente impressão.
Como é bem estreito, ele se embrenha fácil na mata, mesmo quando a vegetação cobra seu quinhão de espaço.
Os pneus resistem bem às muitas pedras do caminho, enquanto o ar condicionado deixa o calor da floresta bem distante. A direção elétrica, nesse caso, deixou o Jimny bem mais solto e gostoso de dirigir.
Nos declives íngremes, o controle de descida freia constantemente discos e tambores, deixando apenas que o motorista controle a direção.
Andou um pouco mais e logo ele segura novamente com vigor. Em trechos mais livres, o Jimny Sierra garante um bom conforto a bordo, mesmo com as imperfeições naturais da via.
No geral, o novo jipe da Suzuki ampliou suas capacidades off road, mas ainda pode ser bem old school se desligar parte da assistência e testar as habilidades no 4×4.
É aquilo, quem quer um Jimny Sierra, não tem pretensão de ter um carro para o dia a dia que pode fazer bem no 4×4. Ele quer mesmo é um 4×4 “raiz”, que desenrole no cotidiano urbano.
Suzuki Jimny Sierra 2020 – Galeria de fotos
Evento a convite da Suzuki.
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