Com tantas opções entre os SUVs, pode ser difícil encontrar um modelo que realmente vai suprir todas as suas necessidades.
A menos que você procure um modelo mais robusto, pois nesse caso a resposta sempre foi a mesma: Renault Duster.
Mas será que esse modelo, que recebeu ainda mais melhorias recentemente, continua sendo uma boa opção?
Quais são seus pontos negativos, que poderiam tornar sua compra uma opção ruim?
Confira!
Acabamento e ergonomia ruins
O Duster já está presente no mercado brasileiro desde 2011, por isso muitas novidades já foram apresentadas pela marca nesse SUV. Uma delas foi a melhoria no acabamento, ainda que ele continua sendo um modelo mais robusto.
Mesmo assim, o modelo atual segue com um extenso uso de plásticos duros no painel e em outras superfícies. A simplicidade em algumas peças também afeta sua durabilidade, gerando aqueles barulhos que incomodam qualquer passageiro.
Nessa mesma linha, esse acabamento também prejudica o isolamento acústico da cabine, que não é tão boa quanto em outros concorrentes. Com isso, é possível ouvir com mais facilidade o ruído do motor ou o barulho dos pneus e vento em viagens, por exemplo.
Finalmente, também podemos citar a ergonomia, que antes era ainda pior no Duster. O motivo era o posicionamento de alguns comandos e também da tela da central multimídia, parecendo que tudo estava no lugar errado.
Boa parte desses itens foram reposicionados pela Renault, mas alguns ainda merecem atenção, como os comandos do rádio, que ficam atrás do volante, ou o ajuste dos retrovisores, posicionado no painel e não na porta do motorista.
Preços começam em R$ 122.000 por um motor 1.6 com câmbio manual
A fórmula de sucesso do Duster em nosso mercado sempre foi a mesma: oferecer um SUV robusto e com ótimo custo-benefício. Ou seja, uma opção mais barata nesse segmento cada vez mais “gourmetizado”.
Mas o fato é que a Renault não iria manter seu carro muito abaixo dos concorrentes em relação aos preços. Com isso, o que vemos atualmente é que o Duster perdeu um pouco dessa direção e apresenta valores muito próximos de seus rivais.
A linha começa com a versão Intense Plus, que custa R$ 122.290 e ainda vem com câmbio manual, algo cada vez menos procurado por quem vai comprar um SUV. Para mudar isso e ganhar o câmbio CVT, o preço pula para R$ 131.190.
Depois, a gama tem a configuração Iconic Plus, com o mesmo conjunto mecânico citado acima, que é vendida por R$ 139.890. Finalmente, a opção topo de linha Iconic Plus 1.3 Turbo é ofertada por R$ 153.890.
Fica claro que essa faixa de preço não é tão interessante como antes. E isso fica ainda pior para o Duster quando vemos que quase todas as versões seguem com o motor 1.6 aspirado, diante de uma concorrência que tem propulsores mais modernos e eficientes.
Vale lembrar que, como já citamos, o Duster é de 2011. Mesmo com tantas mudanças até aqui, ele ainda passa a impressão de ser um SUV mais barato, ainda que a robustez seja excepcional. Mas o preço também deveria ser.
Motor 1.6 é fraco diante dos rivais
Você viu acima que quase todas as versões do Duster seguem com o motor 1.6 aspirado de 120 cv e 16,2 kgfm, ligado ao câmbio manual ou CVT. Ainda que esse motor não exija tanta manutenção, ele fica muito abaixo dos rivais turbinados.
A aceleração de 0 a 100 km/h, por exemplo, é feita em 11,4 segundos na versão manual e 12 segundos com o câmbio automático. Isso fica acima dos modelos 1.0 turbo, que aparecem na casa dos 9 ou 10 segundos, sem contar os modelos com motor turbo maior, como 1.3 ou 1.4.
Quando falamos sobre a velocidade final a história não muda, com o Duster chegando a 173 km/h (abaixo do Kicks 1.6) e seus rivais com motor turbo passando dos 190 km/h, ou indo até 210 km/h no caso do Renegade.
A união com a transmissão CVT, que auxilia no conforto, também não ajuda no desempenho ou quando você precisa exigir mais do motor. Em saídas ou ultrapassagens, por exemplo, existe uma certa lentidão.
Tudo isso melhora quando olhamos para o Duster 1.3 TCe, que chega aos 100 km/h em 9,2 segundos e alcança 190 km/h de máxima. O problema é que isso está limitado à versão topo de linha, que custa muito mais que o restante da gama.
Consumo elevado
O consumo do Duster continua sendo um problema, mesmo com as recentes tentativas da marca de solucionar isso. Uma delas foi a adição do start/stop, um sistema que desliga o motor quando o carro está parado e, com isso, gera uma economia de combustível.
Na prática, porém, essa economia não foi tão grande. O modelo manual apresenta médias urbanas de 8,1 km/l (etanol) e 11,6 km/l (gasolina) e rodoviárias de 8,5 km/l (E) e 12,3 km/l (G).
Com câmbio CVT, a situação piora, fazendo 7,2 km/l (E) ou 10,5 km/l (G) na cidade e 8,1 km/l (E) ou 11,5 km/l (G) na estrada. Já o conjunto turbinado faz 7,7/10,8 km/l na cidade e 8,4/11,5 km/l na estrada.
A eficiência dos motores com turbocompressor é maior nesse quesito. Pensando no consumo rodoviário com gasolina, por exemplo, o Tracker 1.0 Turbo alcança 13,6 km/l, o T-Cross 1.0 TSI chega a 14,4 km/l e o Fastback atinge 14,6 km/l.
O que contribui para o modelo da Renault ficar atrás nesse ponto, entre outros aspectos, é seu porte avantajado e a aerodinâmica ruim. No dia a dia, alguns proprietários relatam médias ainda piores do que as citadas acima, especialmente com etanol.
E é importante citar que isso continua nos modelos atuais, que já vem equipados com o sistema start/stop. Houve sim uma melhora no consumo, mas ela poderia ser melhor depois que a Renault passou a usar esse sistema.
Faltam porta-objetos
Os donos do Duster são só elogios ao espaço interno e tamanho do porta-malas desse modelo, e isso pode ser comprovado por qualquer pessoa que entrar nesse SUV. Mas também existem alguns detalhes negativos no interior.
Um deles é a falta de porta-objetos, sendo que nesse segmento os carros costumam priorizar esse aspecto, que agrada as famílias. No modelo da Renault, dá pra perceber que a espaçosa cabine foi mal aproveitada nesse sentido.
O que comprova isso é o console central, onde está um pequeno espaço circular que não acomoda muita coisa. Na verdade, isso é resquício de onde estava o comando para ajustar os espelhos externos, que agora foi para o lado esquerdo do painel.
Além disso, a maioria dos modelos seminovos e usados do Duster no mercado brasileiro tem aquele descansa-braço acoplado ao banco do motorista. Isso faz com que o apoio seja estreito e desconfortável, além de atrapalhar o acesso a outros comandos, como o freio de estacionamento.
Para ter um apoio no console central, você precisa optar pelos modelos mais novos do SUV.
Conclusão
O Duster continua convencendo quem procura um SUV robusto, mais espaçoso para ocupantes e bagagens, com boa valentia para estradas de terra e sem muita frescura como outros concorrentes.
O que também conta a favor do Renault, se você optar por um modelo 0km, foram suas mudanças mais recentes, especialmente a adição de 6 airbags (finalmente!) em todas as versões.
Mas é bom você levar em conta os aspectos citados acima antes de decidir qual modelo desse segmento vai comprar.
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