Não há como negar que o Honda HR-V melhorou em diversos aspectos em sua nova geração, especialmente no nível tecnológico e de segurança.
Mas também existem alguns pontos que os interessados nele devem ficar ligados.
Tudo isso, se for corrigido pela marca, poderia impactar diretamente nas vendas do japonês em nosso mercado. Atualmente, ele ainda está atrás de diversos concorrentes, com uma média de 3,9 mil unidades mensais.
Confira os principais motivos para não comprar o Honda HR-V 2024!
Preços bem salgados – R$ 150.000 por um motor 1.5 aspirado
Como dissemos no início da matéria, seria fácil fazer uma lista de motivos para comprar o HR-V, pois o SUV se destaca em diversos aspectos. Um deles é seu nível de equipamentos, bem interessante desde a versão de entrada.
O problema é que tudo isso tem seu preço, que no caso do Honda começa acima dos R$ 151 mil. Sim, todos os carros estão caros atualmente, e o segmento de SUVs é onde vemos isso de forma mais clara.
Confira a tabela atual desse modelo:
- HR-V EX Sensing 1.5 – R$ 151.200
- HR-V EXL Sensing 1.5 – R$ 160.400
- HR-V Advance 1.5 Turbo – R$ 186.600
- HR-V Touring 1.5 Turbo – R$ 195.800
Como deu pra perceber, o HR-V tem uma lista de preços bem salgada. Isso fica claro quando comparamos o valor de sua versão de entrada, a EX Sensing, com a concorrência. O que daria para comprar gastando quase o mesmo?
Usando como base seu preço inicial de R$ 151.200, você poderia optar pelo Chevrolet Tracker LTZ, que vem com uma boa dose de equipamentos e o motor 1.0 turbo de 116 cv, bem mais divertido que o 1.5 aspirado do japonês.
Outra opção seria o Jeep Renegade Longitude, com seu motor 1.3 turbo ainda mais forte, de 185 cv. Nesse caso, o preço inicial é de R$ 156.490, pouco acima do HR-V, mas com a vantagem de ter mais mercado numa futura revenda.
Outras opções gastando menos incluem o T-Cross 200 TSI (R$ 140.690), Creta Limited Safety 1.0 Turbo (R$ 147.890), Kicks 1.6 Exclusive Pack Tech (versão topo de linha, por R$ 148.790) e o Nivus Highline 200 TSI (outro topo de linha, R$ 147.890).
O único que segue a mesma linha do HR-V é seu rival direto, o Corolla Cross, que custa entre R$ 162.590 e R$ 210.990. Vale lembrar que aqui os valores são ainda mais altos em vista do sistema híbrido, usado nas duas configurações mais caras.
Talvez como resultado disso, o modelo da Honda tem tido um desempenho apenas razoável nas vendas em 2023. Até outubro, ele acumulou quase 40 mil unidades vendidas, ficando na 7ª posição entre os SUVs mais vendidos.
Um porta-malas que leva menos
É difícil não fazer uma comparação com a geração anterior do modelo quando falamos sobre o novo HR-V. Aliás, seria assim em qualquer caso, pois obviamente a marca também quer convencer quem já era seu cliente.
E olhando para o passado, o SUV ficou pior num quesito importante para um carro familiar: o tamanho do porta-malas. A atual geração leva apenas 354 litros, enquanto o modelo antigo conseguia acomodar 437 litros, uma diferença de 83 litros.
E a concorrência? Bem, nesse quesito, o Corolla Cross leva 440 litros, o T-Cross carrega até 373 litros, o Tracker comporta 393 litros e o tão criticado Renegade fica nos 320 litros, um pouco abaixo do HR-V.
Vale a pena citar também suas medidas para entendermos outro aspecto negativo. O novo HR-V tem 4,33 m de comprimento, 1,79 m de largura, 1,59 m de altura e 2,61 m de entre-eixos.
Em relação a seu antecessor, ele tem medidas bem parecidas, mas os ocupantes perceberão o teto mais próximo, atrapalhando um pouco quem é mais alto. E isso especialmente no banco traseiro.
Acabamento caiu na qualidade
Se o primeiro ponto negativo citado aqui foi o preço, pelo menos você espera que um carro de R$ 150 mil tenha um acabamento primoroso, certo? Bem, no caso do HR-V, isso não é bem assim.
É fato que o desenho do painel agrada e é bem moderno. Em alguns pontos específicos, a Honda se preocupou bastante em passar essa impressão. Mas o fato é que, ao tocar o painel, fica claro que a qualidade caiu em relação ao antigo HR-V.
Os materiais são inferiores, com uso mais extenso daquele plástico duro. Se você gosta de suavidade ao toque, verá isso apenas nas portas e no console central, além de uma pequena faixa no painel.
O motor 1.5 é fraco
Um dos principais questionamentos em relação ao novo HR-V em seu lançamento por aqui foi o motor 1.5 aspirado. Afinal, será que seus 126 cavalos e 15,8 kgfm de torque dão conta do recado?
A dúvida já ficou para trás, pois o modelo já tem muitos meses por aqui. A conclusão é que ele se dá bem na cidade, onde esses números são suficientes para uma condução bem agradável (ainda mais com tantos sistemas de assistência ao motorista).
O problema aparece mesmo quando você leva o HR-V para a estrada, especialmente quando está com o carro cheio e precisa fazer uma ultrapassagem. Nas retomadas, o japonês exige mais paciência do que seus concorrentes com motor 1.0 turbo.
E os números ajudam a comprovar essa percepção: com motor 1.5 aspirado e câmbio CVT, o HR-V acelera de 0 a 100 km/h em 11,8 segundos, chegando aos 175 km/h de máxima. Isso fica dos 11,2 segundos do modelo anterior, que tinha 140 cv e 17,3 kgfm.
Além disso, o HR-V pesa 1.410 kg na versão EXL, a mais equipada com esse conjunto. Isso é bem mais que o City, por exemplo, que usa o mesmo motor e tem 1.177 kg.
A verdade é que o HR-V fica bem melhor quando equipado com seu motor 1.5 turbo de 177 cv e 24,5 kgfm. Nesse caso, ele chega aos 100 km/h em 8,9 segundos e faz qualquer retomada com mais tranquilidade.
Algumas revisões são bem caras
As revisões na Honda não costumam ser baratas, ainda que a marca tenha se atentado a isso nos últimos anos e continue se apoiando na qualidade indiscutível de seus produtos (e também do atendimento pós-venda).
Mesmo assim, ficar alguns anos com o HR-V vai pesar no bolso do proprietário. Confira os valores de suas manutenções:
- 10.000 km – R$ 406,74
- 20.000 km – R$ 635,30
- 30.000 km – R$ 813,60
- 40.000 km – R$ 1.698,50
- 50.000 km – R$ 683,24
- 60.000 km – R$ 1.637,99
- 70.000 km – R$ 683,24
- 80.000 km – R$ 1.730,15
Os valores cobrados nas primeiras idas à concessionária, juntamente com as revisões de 50 mil km e 70 mil km, são bem razoáveis. O problema aparece nas revisões dos 40 mil, 60 mil e 80 mil km, que ficam na casa dos R$ 1,7 mil.
A explicação pra isso, conforme visto no site da Honda, é o custo da mão de obra. Enquanto o serviço é gratuito nas primeiras revisões, nas mais caras ele chega próximo dos R$ 700, o que acaba encarecendo bastante a conta final.
Conclusão
O novo Honda HR-V ainda busca uma posição melhor entre os SUVs vendidos por aqui, mas é nítido que ele tem qualidades para isso. Além da melhora tecnológica, seu nível de segurança aumentou bastante.
Mesmo assim, existem alguns pontos que você deve ficar atento e avaliar se vão pesar na sua escolha, quando decidir trocar de carro e for considerar esse modelo japonês.
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