O VW T-Cross domina o segmento mais disputado do mercado brasileiro. Em 2023, ele já passou das 60 mil unidades vendidas, número que deve subir bastante até o final do ano.
Mesmo assim, esse SUV tem alguns problemas que você deve ficar atento se estiver considerando colocar um na garagem. Alguns deles são bem conhecidos, enquanto outros surgiram em unidades mais recentes.
Será que esses defeitos deveriam fazer você considerar outro SUV? Ou o modelo da Volkswagen ainda é a melhor opção por aqui?
Veja tudo sobre o T-Cross 2024.
Confira!
1 – Acabamento que gera ruídos
Existem diversos modelos vendidos por aqui que mereciam um acabamento melhor, e o T-Cross infelizmente é um deles. Aliás, não é difícil ouvir essa reclamação também em relação a outros modelos da marca.
O SUV da Volkswagen fica devendo nesse quesito quando comparado a outros da categoria, especialmente pela quantidade acima do normal de plásticos rígidos no painel e no console.
É verdade que a marca tenta melhorar a percepção dos ocupantes sobre esse ponto, adicionando superfícies que imitam materiais de qualidade superior. Ao toque, porém, você percebe que quase tudo continua sendo plástico.
Isso causa alguns problemas, como riscos mais aparentes nessas peças.
Além disso, muito plástico na cabine é sinônimo de peças desencaixadas, algo que não deveria ocorrer num carro que custa entre R$ 122 mil e quase R$ 175 mil.
Mas o principal incômodo são os ruídos, o que acontece com frequência no caso do T-Cross. Muitos proprietários reclamam disso, dizendo até que não conseguem descobrir de onde aparecem alguns barulhos.
Para resolver esse problema, alguns donos acabam levando seu T-Cross em empresas que são especializadas em sanar tais ruídos, onde tudo é desencaixado para adicionar uma espuma entre as peças.
Vale destacar que esse problema do VW também é visto em outros concorrentes, mas isso não diminui a irritação de quem coloca um exemplar do alemão na garagem.
2 – Versão topo de linha entre as mais caras
Outro ponto negativo que podemos destacar em relação ao T-Cross é seu preço. E, dependendo do ponto de vista, isso vale para todas as configurações da gama atual.
A versão de entrada, por exemplo, já começa em quase R$ 122 mil, mas ainda traz rodas aro 16 com calotas. Quando pulamos para a opção seguinte, a 200 TSI, ele ganha ACC, rodas de liga leve, painel digital e multimídia Composition Touch.
O problema é que tudo isso faz seu preço ultrapassar os R$ 140 mil. Aliás, o mesmo acontece com a versão Comfortline, que traz um pacote mais justo, mas também dá outro salto enorme, chegando a quase R$ 159 mil.
Mas o que realmente queremos destacar aqui é quanto a Volkswagen cobra pelo T-Cross Highline, o mais equipado da gama. Sim, aqui temos o ótimo conjunto com motor 1.4 TSI, mas o preço assusta.
Estamos falando de um carro que não sai por menos de R$ 174.690, sendo o único da linha com bancos em couro, sensor de chuva e a multimídia VW Play de série (opcional nas outras versões).
Se você quiser, ainda pode adicionar a pintura bicolor (R$ 2.120 + R$ 900 da pintura), teto solar panorâmico Sky View (R$ 7.280) e o pacote Tech (R$ 3.910), que agrega Park Assist e faróis em LED. Ou seja, são R$ 14,2 mil adicionais que fazem o preço final chegar a R$ 188.900.
Mesmo sem nenhum opcional, o T-Cross Highline ainda é mais caro que as versões topo de linha de Kicks (R$ 148.790), Duster (R$ 148.990), Fastback (R$ 154.490) e Tracker (R$ 167.620), ficando abaixo apenas de Creta (R$ 179.890) e Renegade (R$ 180.990).
Aliás, até mesmo dentro da linha de SUVs da marca alemã temos uma prova desse preço salgado: seu irmão maior Taos Comfortline custa R$ 186.280, sendo mais barato que o T-Cross com todos os opcionais.
3 – Porta-malas pequeno
Comprar um SUV acaba sendo a opção de diversas famílias com filhos ou de quem está saindo de um hatch e procura um carro maior. Ou seja, isso significa que esses clientes esperam ter um porta-malas com boa capacidade.
No caso do T-Cross, o tamanho desse compartimento pode ser um problema, pois ali cabem 373 litros. A seu favor, podemos citar que o Renegade leva ainda menos, com apenas 320 litros.
Além do rival da Jeep, outros modelos piores que o T-Cross são o C4 Cactus (320 litros), Tiggo 5x (330) e o novo HR-V (354), mas a lista não vai muito além disso.
Uma alternativa dada pela Volkswagen é alterar a posição do encosto do banco traseiro, deixando-o numa posição mais vertical e aumentando a capacidade do porta-malas para 420 litros.
O problema é que isso diminui bastante o conforto de quem vai na segunda fileira, especialmente em viagens mais longas. Ou seja, essa alternativa resolve um problema para criar outro.
Outra solução vista no modelo é mexer no tampão do compartimento de bagagens para aumentar sua capacidade, mas se ele for equipado com o opcional som Beats isso não pode ser feito, pois o carro terá um subwoofer instalado no porta-malas.
Em resumo, se você realmente precisa de um porta-malas maior, escolha outro modelo, como Fastback (516 litros), Duster (475), Kicks (432) ou o Creta de geração anterior (431).
4 – Faróis e para-brisa embaçados
Diversos relatos mostram que o T-Cross pode apresentar embaçamento nos faróis e no para-brisa, um problema que tem diferentes motivos dependendo de onde aparece.
No caso dos faróis, o motivo é bem simples: a vedação do conjunto não é muito boa, permitindo que a água entre ali. O calor gerado pelas lâmpadas faz o líquido vaporizar e embaçar o acrílico.
Isso provoca um problema visual e diminui a capacidade das lâmpadas, reduzindo a visão do motorista. Para resolver o problema, é preciso desencaixar a peça, mas a água pode acabar entrando novamente.
Além disso, o para-brisa do T-Cross também pode ficar embaçado. Mas aqui o problema não tem nenhuma relação com água, obviamente, mas sim com a exposição prolongada ao sol.
O motivo disso pode ser a presença de fumos plásticos, ou seja, quando o painel (que é composto basicamente de plástico), fica exposto a altas temperaturas.
5 – Faltam alguns equipamentos
Um último ponto que podemos citar em relação aos aspectos negativos do T-Cross está na sua lista de equipamentos. Mas calma, não estamos dizendo que ela seja ruim, pelo contrário.
Em alguns aspectos, o modelo da VW está dentro (ou até acima) do que vemos no mercado. Ele vem de série com 6 airbags, controle de tração e estabilidade, lanternas em LED, assistente em rampas, start/stop, entre outros.
O que temos de negativo aqui é em relação a equipamentos de segurança, vistos em alguns concorrentes e inexistentes no alemão, como alerta de ponto cego, alerta de saída de faixa e outros sistemas desse tipo.
Além disso, fique atento aos problemas relatados em relação à central multimídia. Em modelos usados, isso pode ser mais frequente, mas o defeito também aparece nas unidades mais novas equipadas com a central VW Play.
Diversos proprietários falam sobre travamentos, bugs, superaquecimento e até desligamentos súbitos, fazendo a central reiniciar. A marca já informou que algumas atualizações sanaram esses problemas, mas eles ainda aparecem de vez em quando.
Conclusão
O VW T-Cross continua sendo líder de mercado, e isso não é sem razão. O modelo tem um bom conjunto mecânico (especialmente na versão mais cara), espaço interno acima da média e diversas outras qualidades.
Mesmo assim, não deixe de considerar cada ponto levantado acima, pois eles podem te ajudar a decidir se o modelo é o melhor para sua família ou se seria melhor partir para algum concorrente.
Quer receber todas as nossas notícias em tempo real?Acesse nossos exclusivos: Canal do Whatsapp e Canal do Telegram!