Não há como negar que a nova geração do Chevrolet Tracker melhorou o carro em diversos sentidos. Além do visual mais moderno, ele trouxe mais tecnologias e ficou bem mais equipado, desde a versão de entrada.
Além disso, ele também deu um salto na motorização (com as opções de 1,0 ou 1,2 litro, sempre com turbocompressor) e no espaço interno. Os passageiros de trás viajam com mais conforto, enquanto o porta-malas ficou maior.
Mesmo assim, o SUV não escapa de algumas reclamações recorrentes de seus proprietários. Aqui vamos citar as principais, ajudando quem está pensando em comprá-lo a avaliar se vale a pena colocá-lo na garagem.
Confira!
1 – Preços cada vez mais altos
Se você, como a maioria dos consumidores, coloca o preço de um produto no topo da lista dos itens a serem avaliados, saiba que o Tracker 2024 está ficando cada vez mais caro.
O SUV chegou por aqui em março de 2020, quando custava entre R$ 82.000 e R$ 112.000, valores absurdos quando vemos as tabelas atuais de qualquer carro 0km. Mas não demorou muito para que isso mudasse.
Poucas semanas após seu lançamento, a Chevrolet anunciou um aumento que afetava toda a linha. Com isso, o Tracker de entrada pulou para R$ 85.290, enquanto a versão topo de linha Premier foi para R$ 116.490.
Acredite se quiser, mas apenas um mês depois chegou outro reajuste, fazendo os preços do Tracker ficarem entre R$ 87.400 e R$ 119.400. Ou seja, você já percebeu a tendência: lance um carro com preços chamativos, e depois aumente os valores quantas vezes quiser.
Para resumir, o SUV ainda teve um aumento de até R$ 5 mil em agosto de 2021, quando seus preços variavam entre R$ 99.750 e R$ 136.490. Em setembro de 2022, a nova tabela já apontava valores entre R$ 117.490 e R$ 152.090.
E hoje, como estamos? O site da Chevrolet mostra que ele começa em R$ 130.290 na versão Tracker AT Turbo 2024 e chega a R$ 166.780 na opção Tracker Premier 1.2 2024.
Isso representa um aumento de absurdos 59% no preço inicial e de quase 49% no valor da versão mais cara!
2 – Acabamento com muitos plásticos duros
Pegando um gancho no tópico acima, se você vai estacionar um carro que parte de R$ 130 mil na sua garagem, o que espera do acabamento? E se optar pela versão topo de linha?
Em qualquer caso, é claro que os clientes imaginam algo acima da média. Só não dizemos um acabamento primoroso por já conhecer o nível médio dos carros brasileiros nesse quesito.
No caso do Chevrolet Tracker, alguns podem ficar decepcionados nesse ponto. A começar pelos materiais em si, o SUV ainda usa acabamento em couro nos bancos de algumas versões, mas no geral o acabamento poderia ser melhor.
Olhando para as versões com motor 1.2 turbo, que são ainda mais caras, esse problema fica bem evidente. O plástico duro ainda predomina na cabine, enquanto a recente versão RS também decepciona no painel.
Outro ponto negativo, pelo menos para alguns, é o fato de você não saber se está dentro de um Onix ou de um Tracker. Sim, quase todas as marcas usam esse artifício em sua linha, mas isso não deixa de ser um problema.
Se não é possível mudar tudo, a Chevrolet pelo menos poderia ter adicionado materiais de qualidade superior nas portas e no painel.
Finalmente, o isolamento acústico também não é o melhor entre os SUVs, especialmente em velocidades mais altas. Na estrada, prepare-se para ouvir ruídos acima dos 100 km/h (assim como ocorre no Onix).
3 – Poderia ter mais equipamentos
Outro fator que poderia justificar preços tão salgados seria uma lista de equipamentos mais generosa, especialmente com itens que realmente seriam uma novidade no segmento.
Não estamos dizendo que o Tracker é um carro pelado, pelo contrário. Ele chegou ao mercado com um nível interessante nesse quesito, assim como o Onix, e isso mesmo falando de sua versão de entrada.
Atualmente, porém, a concorrência também já chegou lá. Isso fez com que os 6 airbags, controle de tração e estabilidade, câmera de ré, controle de cruzeiro e central multimídia, por exemplo, não chamassem tanto a atenção dos consumidores quanto em 2020, quando foi lançado.
Mas se você ainda acha que a versão de entrada justifica seu preço, vamos falar então de configurações mais caras. Veja a última novidade, por exemplo: o Tracker RS, que custa quase R$ 164 mil.
Apostando forte no visual esportivo, o modelo ainda tem o bom motor 1.2 turbo de 133 cv. Por outro lado, ele perde itens que a versão Premier 1.2, que custa apenas R$ 2.960 a mais, oferece.
Essa lista incluir carregador sem fio para smartphones, A/C automático, sensor de estacionamento dianteiro, tela do painel de instrumentos colorida, o interessante sistema de estacionamento automático e até um simples retrovisor interno fotocrômico.
Ou seja, o Tracker ainda se apoia numa lista de série que era excelente em 2020, mas hoje tornou-se mais comum, além de oferecer versões que simplesmente não valem a pena desse ponto de vista, como a RS.
4 – Suspensão dura e carro baixo
Outro ponto negativo do Tracker é o acerto de sua suspensão. Por ser um carro familiar (ainda que ele não consiga levar 5 ocupantes adultos tranquilamente), espera-se que o conforto seja um ponto alto.
Mas a realidade é que o Chevrolet tem uma suspensão mais dura, chegando a ser desconfortável em pistas com remendos ou outras imperfeições. Infelizmente, essa vai ser a realidade para a maioria dos motoristas brasileiros.
Para quem estava acostumado com a marca em décadas recentes, isso vai ser mais sentido, pois os carros da GM no Brasil sempre priorizaram o conforto e realmente eram mais agradáveis de andar.
Além disso, não pense que o SUV encara qualquer situação por ser um carro alto. O vão livre do Tracker é de 157 mm, o menor do segmento, enquanto seu ângulo de ataque de 17 graus também deixa a desejar.
5 – Transmissão que incomoda
Na parte mecânica, o Tracker agrada com seus motores 1.0 e 1.2 sempre turbinados, que são mais potentes e com menor índice de consumo. O problema, porém, está no casamento com o câmbio.
As duas opções de motorização usam a transmissão automática de 6 marchas, a conhecida GF6. Especialmente com o motor de 1,0 litro de 116 cv, porém, ela parece não se dar tão bem.
Um dos pontos negativos são os trancos a todo momento, pois o câmbio reduz frequentemente as marchas a qualquer pisada no acelerador. Isso deixa a condução um pouco desconfortável, e sem culpa direta do motorista.
Outro fator importante é o turbo lag, que aparece especialmente na cidade quando você precisa reacelerar com frequência. Nesse caso, parece que o carro perde força, mas quando o turbo carrega a situação se inverte, e é necessário tirar o pé do pedal.
Por último, vale citar que esse câmbio não tem uma opção de condução mais esportiva, o famoso “S” visto em outros modelos. Ele conta apenas com as funções Drive e Low.
Conclusão
O Chevrolet Tracker segue como um dos SUVs mais vendidos no mercado brasileiro, e ele realmente tem qualidades para estar nessa posição. Mas não pense que não encontrará defeitos importantes nesse modelo.
Vale a pena fazer um test-drive completo nele antes de fechar a compra, caso você nunca tenha andado no Tracker. Isso vai ajudá-lo a sentir a suspensão e entender o que dissemos sobre a transmissão, além de dar uma boa noção de seu acabamento.
E você, o que acha do Tracker?
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