Ao completar 200 milhões de carros feitos em 88 anos de história, a Toyota encerra a carreira de uma de suas primeiras fábricas, mas esta não fica no Japão e sim no Brasil.

A primeira planta industrial da Toyota fora do arquipélago, surgiu em 1958, em São Paulo, mas a fábrica de São Bernardo do Campo, a segunda, fechou as portas no dia 16 de novembro de 2023, acabando no bairro Planalto, uma longa história industrial.

Em 12 de novembro de 1962, a Toyota começa em São Bernardo do Campo sua história industrial longe da terra do Sol Nascente, tendo vindo com os imigrantes automotivos que aportaram em Santos, mas que se fixaram ano na ainda vasta Borda do Campo.

O Bandeirante, um valente Land Cruiser “nissei”, foi o primeiro e único veículo da japonesa numa terra que ainda pedia por estradas, pontes e vias transitáveis, mas aonde estas não existiam ou eram precárias, o 4×4 da Toyota marcou sua presença por lá.

Na mesma fábrica do Planalto, de onde jipes e picapes da Toyota, robustas em seus chassis longevos e impulsionados por igualmente durável motor Mercedes-Benz, em 1970, a empresa abriu as portas para a Volkswagen e pintou lá as carrocerias do Fusca, devido ao trágico incêndio na Anchieta.

De 1962 a 1997, a fábrica da Toyota no ABC foi filha única no país, até que surgiu uma nova em Indaiatuba para o Corolla. A partir daí, já sem o Bandeirante e apenas fazendo peças, a quarta montadora de veículos a se instalar em São Bernardo do Campo, começou a olhar para o interior.

Com o Etios, a Toyota viu em Sorocaba o lugar para continuar sua carreira no Brasil e assim começou a investir para trasladar-se definitivamente, mudando há alguns anos sua sede para a cidade do interior, próxima de Indaiatuba e Porto Feliz, onde a japonesa faz seus motores.

Neste triângulo industrial, a velha fábrica de São Bernardo, com sua frota interna de carros “implacáveis”, telhados inclinados clássicos e seu tamanho compacto, não tem mais vez.

Fecha-se um capítulo na história do automóvel do Brasil e também daquela cidade que muitos diziam ser, a “Detroit brasileira”.