A compra de um carro familiar precisa atender a diversos fatores. Como é um veículo que precisa agradar toda a família, leva em consideração as necessidades dos pais, a opinião dos filhos e, às vezes, até o conforto do cachorro. Ou seja, tem muito de racional nesta decisão de muitas cabeças.
E, dentro da safra dos atuais veículos que se encaixam nesse perfil, o Citroen C3 Picasso é o que privilegia mais este aspecto de atender a todos. Com um desenho incomum e boa capacidade dinâmica, virou uma opção muito interessante no segmento.
E, se a aquisição do automóvel é quase sempre por “aclamação familiar”, nada mais corriqueiro do que procurar a configuração que traz o necessário para cada um. É nesse cenário que aparece a versão intermediária GLX, que responde por 60% das vendas do modelo.
Ela deixa de fora alguns “mimos”, como o GPS no painel e o airbag duplo, mas traz o essencial em termos de conforto. E, fundamental, um preço mais competitivo.
Portanto, o C3 Picasso tem tudo que não pode faltar em uma viagem de família – crianças enjoadas, excesso de bagagem, muitas paradas e coisas gosmentas sobre os bancos ficam por conta dos passageiros.
Estão lá ar-condicionado, direção elétrica, trio elétrico – com os vidros traseiros também acionados por botão –, computador de bordo, banco do motorista com ajuste de altura e rodas de liga leve de 16 polegadas.
Sem falar de algumas soluções engenhosas, como o imenso porta-luvas refrigerado e as mesinhas do tipo avião para os bancos traseiros. Ainda há o rádio/CD/MP3 com entrada auxiliar e comandos satélites na coluna de direção, essencial na hora de distrair a turma nas férias.
Com isso, o C3 Picasso GLX custa R$ 51.400. Os únicos opcionais são o airbag duplo, que adiciona mais R$ 1.300 na conta e a pintura metálica, que custa R$ 1.190.
Essa decisão de equipar a versão GLX apenas com o que realmente é preciso logo se mostrou uma estratégia acertada. Os 650 veículos emplacados podem não parecer muitos quando comparados ao Fiat Idea e Honda Fit, que ficam na casa dos 2 mil exemplares mensais.
Mas vale lembrar que o C3 Picasso sofre a concorrência interna do C3 Aircross, sua variante aventureira, que vende cerca de 1.400 unidades por mês.
Frente a grande e diversificada concorrência, um dos grandes destaques do C3 Picasso é o seu design. Com formato quadrado com bordas arredondadas, o modelo conta com desenho bastante original.
Destaque para os vistosos faróis e para a grande área envidraçada na frente. Atrás, o conjunto formado pelas lanternas e pelo vidro curvo é inovador.
Mecanicamente, não há inovações. Sob o estiloso capô do monovolume está o motor 1.6 16V, que já está difundido na linha da PSA Peugeot Citroën. Com etanol no tanque, ele desenvolve 113 cv a 5.800 rpm e 15,4 kgfm de torque a 4.500 giros.
Acoplado a ele, está um tradicional câmbio manual de cinco marchas. O automático vem com um preço de R$ 4 mil a mais e ainda agrega os freios ABS.
Leia também nossa matéria completa sobre todos os anos de fabricação do C3 Picasso.
Citroen C3 Picasso – Ponto a ponto
Desempenho – É até surpreendente a maneira com que o monovolume da Citroën ganha velocidade. O motor 1.6 16V de 113 cv é esperto e dá agilidade ao carro no trânsito urbano. Em rotações baixas, ele se mostra um pouco “preguiçoso”, mas a partir dos 2.500 giros o comportamento melhora muito. A relação curtinha do câmbio ajuda bastante no bom desempenho do modelo. Para se ter noção, o zero a 100 km/h foi feito em 10,5 segundos. Marca que muitos sedãs com motor semelhante não alcançam. Nota 8.
Estabilidade – Há um contraste entre a suspensão mole e a rigidez torcional elogiável no C3 Picasso. Em curvas, é fácil perceber a carroceria adernando, mas a estrutura geral segura o tranco. Na prática, isso dá uma sensação de insegurança ao volante. Não dá para realizar manobras ousadas – embora nem seja essa a proposta do carro. Nota 6.
Interatividade – O painel de instrumentos – além de bonito – tem ótima visualização. Os três elementos circulares trazem informações “limpas”, de fácil leitura. O resto dos comandos também são intuitivos e espalhados pela cabine. O rádio conta com comandos na coluna de direção. Do lado negativo, estão as alavancas do freio de mão e de câmbio, posicionadas muito baixas, o que dificultam o seu uso. A visibilidade dianteira é ótima, enquanto a traseira deixa a desejar por causa do vidro diminuto. Nota 7.
Consumo – O Citroën C3 Picasso conseguiu a média de 6,0 km/l rodando na cidade com etanol no tanque. Ainda não há medições do InMetro para o carro. Nota 5.
Conforto – É um dos destaques do monovolume da Citroën. A arquitetura do carro oferece farto espaço interno. Mesmo as pessoas mais altas não vão bater com a cabeça no teto. E até cinco adultos podem viajar no C3 Picasso sem grandes apertos. A suspensão macia ajuda a aumentar a sensação de conforto. Ela consegue absorver as imperfeições do asfalto com competência e não transmite grandes solavancos para o interior da cabine. Nota 9.
Tecnologia – A versão GLX traz apenas os equipamentos essenciais, em uma lista mais enxuta – a topo de linha Exclusive recebe mais mimos, como o GPS no painel. A plataforma do C3 Picasso é a mesma do C3 europeu – que chega ao Brasil em 2012 –, um aperfeiçoamento da que é usada no C3 brasileiro. Mas tanto um quanto outro são modernos. O motor 1.6 16V é o mesmo que já é aproveitado em diversos veículos da PSA Peugeot Citroën no Brasil. Nota 8.
Habitalidade – A Citroën conseguiu espalhar uma quantidade decente de porta-objetos no grande interior do C3 Picasso. O porta-luvas, por exemplo, é imenso. Na parte superior do painel, logo abaixo das saídas de ar-condicionado, existe um compartimento de tamanho razoável para guardar objetos de uso imediato. Os acessos ao interior do veículo são muito bons graças às grandes portas com amplos vãos de aberturas. O porta-malas leva 403 litros de bagagem. Nota 8.
Acabamento – Não chega a impressionar, mas é correto. Os materiais escolhidos pela fabricante francesa são de boa qualidade e aparentam cuidado na montagem. Os encaixes são precisos e não há rebarbas aparentes. A parte central do painel tem plástico na cor “black piano”, que dá um toque extra de requinte. Nota 7.
Design – É original. O formato mais “quadradão” escolhido é amenizado pelas extremidades arredondadas e a falta dos adereços off-road do AirCross deixa o design mais leve e harmônico. Nota 9.
Custo/benefício – A versão intermediária GLX foca mais na relação custo/benefício. Traz equipamentos essenciais como ar-condicionado, direção assistida, sistema de som por R$ 51.400. Faltam, no entanto, equipamentos de segurança como airbag duplo e freios com ABS e EBD. O modelo mira diretamente a Fiat Idea Essence 1.6, que equipada igualmente vai a R$ 51 mil, Nissan Livina S 1.6, por R$ 46.490, e Chevrolet Meriva Premium 1.8, que custa R$ 49.667. Nota 7.
Total – O Citroën C3 Picasso somou 74 pontos em 100 possíveis.
Citroen C3 Picasso – Primeiras impressões
O desenho do C3 Picasso é incomum. É aquele tipo de design controverso, que gera bastante discussão. Entretanto, as linhas são harmônicas e o visual é mais condizente com o de um monovolume do que o do AirCross, sua versão aventureira.
O conjunto na traseira formado pela vidro curvo e pelas lanternas no estilo “bolha” podem causar estranheza em algum momento. O certo é que, no resto, o familiar é mais “charmoso” e muito original.
Em movimento, por exemplo, o comportamento é até surpreendente. O motor 1.6 16V de 113 cv move com alguma agilidade os mais de 1.300 kg do C3 Picasso. A partir das 2.500 rotações o propulsor entrega boa quantidade de força e o modelo fica mais ágil.
Abaixo desta marca, no entanto, o marasmo toma conta.
Para conseguir fazer um motor dessa potência dar um desempenho interessante para um carro deste peso, a tática da Citroën passou diretamente pelas reduções nas relações do câmbio.
Na prática, isso significa que basta dar uma pequena acelerada para sair da inércia ter de trocar de marcha. Se isso beneficia o desempenho, o consumo é prejudicado. A 100 km/h, por exemplo, o conta-giros já apontava 3 mil rpm.
Isso ajudou para abaixar a média de consumo para 6,0 km/l com etanol.
Na parte dinâmica, a Citroën também teve de lutar contra a grande massa e a arquitetura do veículo. Com o centro de gravidade alto, o C3 Picasso não é muito bom em curvas. Nem a rigidez torcional do carro garante estabilidade e segurança.
Os bancos têm ótimos apoios laterais e ajudam a segurar os corpos nas curvas. Não é que o pai de família dono do C3 Picasso possa pegar uma serra com ferocidade e alta velocidade – longe disso.
Mas em uma tocada tranquila, o veículo se comporta de maneira elogiável. O que contrasta é a suspensão, molenga e que deixa o monovolume um tanto “bamba”.
Por dentro, o conforto impera. O espaço interno é generoso e cinco ocupantes conseguem viajar sem apertos. Quem fica atrás ainda ganha as mesinhas no estilo avião.
Na frente, a ergonomia é acertada para o motorista – exceto pelas alavancas do câmbio e do freio de mão, instaladas em posições muito baixas.
Sobra visibilidade na dianteira graças aos vidros auxiliares na coluna. A retrovisão, contudo, é prejudicada pelo vidro traseiro pequeno. O digno acabamento traz materiais de boa qualidade. As peças estão encaixadas corretamente e passam sensação de esmero na montagem.
O destaque no interior fica com o volante, com acabamento cromado, base reta e uma ótima pegada. Esse sim, praticamente uma unanimidade em design.
Ficha técnica – Citroën C3 Picasso 1.6 16V GLX
Motor: A gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.587 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro com comando duplo no cabeçote. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial..
Transmissão: Câmbio manual de cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não oferece controle eletrônico de tração.
Potência máxima: 110 cv com gasolina e 113 cv com etanol a 5.800 rpm.
Torque máximo: 14,5 kgfm com gasolina a 4 mil rpm e 15,8 kgfm com etanol a 4.500 rpm.
Diâmetro e curso: 78,5 mm x 82 mm. Taxa de compressão: 11,0:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos e barra estabilizadora. Traseira por travessa deformável, com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos e barra estabilizadora. Não oferece controle eletrônico de estabilidade.
Pneus: 195/55 R16.
Freios: Discos ventilados na frente e tambores atrás. Não oferece ABS e EBD.
Carroceria: Monovolume em monobloco, com quatro portas e cinco lugares. 4,09 metros de comprimento, 1,63 m de largura, 1,63 m de altura e 2,54 m de entre-eixos. Oferece airbag duplo frontal como opcional.
Peso: 1.342.
Capacidade do porta-malas: 403 litros.
Tanque de combustível: 55 litros.
Produção: Porto Real, Rio de Janeiro.
Lançamento: 2011.
Itens de série: Faróis de neblina, cruise control, trio elétrico, ar-condicionado, banco do motorista com regulagem de altura, chave com controle remoto, computador de bordo, mesinhas do tipo avião na traseira, porta-luvas refrigerado, rádio/CD/MP3/Aux com 4 alto-falantes e comandos na coluna de direção e rodas de liga leve de 16 polegadas..
Preço: R$ 51.400.
Opcionais: Airbag duplo e pintura metálica.
Preço completo: R$ 53.890.
Por Auto Press
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