Avaliação completa do Citroen C4 Picasso

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O aumento do IPI para carros importados não atinge somente os fabricantes de veículos que não estão instalados no Brasil. E, dentre as marcas que já contam com fábricas em solo nacional, a que mais deve sofrer com a medida é a Citroën.

Mesmo com apenas três modelos que vêm de fora do Mercosul e do México, a fabricante francesa detém a linha com maior vendagem nesse grupo: o monovolume C4 Picasso, nas opções com carroceria de cinco ou sete lugares.

De janeiro a agosto, a minivan acumulou 3.718 unidades comercializadas. É mais do que Volkswagen Tiguan, com 3.288, Toyota RAV4, com 2.464, Ford Edge com 1.351 e Chevrolet Malibu com seus 1.310 exemplares emplacados – todos também expostos à nova tributação.

Quando se fala apenas da configuração de cinco lugares, a C4 Picasso cai para a segunda colocação, com 3.141 carros vendidos – a configuração de sete lugares (veja carros com) corresponde a cerca de 15% das vendas da linha.

Vale lembrar que Hyundai e Mitsubishi não têm fábricas no Brasil – alguns utilitários das duas marcas são produzidos no país através de licença por seus distribuidores nacionais, respectivamente Grupo Caoa e MMC Automotores do Brasil.

A Citroën ainda não decidiu como vai agir frente ao decreto governamental. A marca declarou que está estudando a nova realidade do mercado nacional e vai se posicionar futuramente em relação a um eventual aumento de preços.

O fato é que por ser fabricada em Vigo, na Espanha, e ter motor de exatos 1,997 cm3, a minivan teve o IPI elevado de 13% para 43%. Se a Citroën decidir passar integralmente o imposto para o consumidor, o preço da C4 Picasso de cinco lugares poderá subir dos atuais R$ 78.490 para algo perto dos R$ 100 mil.

Uma eventual subida de preços nessas proporções poderia acabar com o bom desempenho de mercado do modelo. Entre as minivans vendidas no Brasil, a configuração topo de linha da nacional Chevrolet Zafira, a Elite, chega por R$ 76.197.

Outra que chega perto é a sul-coreana Kia Carens, que custa R$ 69.400 mas que também está no alvo do aumento tributário. Com a escassez de opções no mercado de minivans, a C4 Picasso acaba tendo que concorrer com carros de outras categorias, como crossovers e SUVs que também tenham uma proposta familiar.

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Vendida no Brasil desde o início de 2009, a minivan chegou à linha 2011 com poucas novidades. Esteticamente o modelo ganhou a grade dianteira renovada, mostrando a nova identidade visual da marca, com o “duplo chevron” mais suavizado.

As rodas de liga leve de 17 polegadas também são novas, assim como os tecidos e painéis no interior. Entre os equipamentos, a única adição foi o ar-condicionado digital também para os bancos traseiros.

No resto, o carro preserva os seis airbags, faróis de neblina, faróis com acendimento automático, ABS com EBD, controle de estabilidade, retrovisores externos com rebatimento elétrico, trio elétrico, direção elétrica, ar-condicionado de quatro zonas e rádio/CD/MP3 com seis alto-falantes.

Na parte mecânica, também nenhuma diferença. Continua o conjunto formado pelo motor 2.0 16V, que bebe apenas gasolina, com a transmissão automática de quatro marchas. O propulsor gera 143 cv a 6 mil rpm e 20,39 kgfm de torque a 4 mil rotações.

Com uma boa lista de equipamentos e bem resolvido visualmente, falta saber se o C4 Picasso vai continuar com competitividade no mercado brasileiro. Ou vai se tornar um mero coadjuvante.

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Citroen C4 Picasso – Ponto a ponto

Desempenho – A C4 Picasso é um carro familiar e explicita isso no seu comportamento dinâmico. O motor 2.0 de 143 cv até oferece um bom desempenho, com arrancadas satisfatórias para um carro de grandes dimensões e alto peso.

Mas nada que inspire grande esportividade. O zero a 100 km/h, por exemplo, é feito em cerca de 12 segundos. O câmbio automático de quatro marchas é calibrado para ter um funcionamento bastante suave, com poucos trancos. Nota 7.

Estabilidade – Para um carro com quase 1,70 m de altura, a C4 Picasso é surpreendentemente estável em curvas. Claro que não dá para botar a minivan em um circuito, mas uma subida de serra pode ser encarada sem maiores dificuldades.

Além da suspensão bem acertada, o C4 Picasso conta com o sempre bem vindo controle de estabilidade, equipamento essencial para manter a minivan “na linha”. Nota 8.

Interatividade – O inusitado volante de cubo fixo da linha C4 abriga diversos botões que comandam diferentes funções do carro: desde o sistema de som, até o ar-condicionado. Além disso, a alavanca do câmbio fica na coluna de direção.

Ou seja, realmente a quase totalidade dos comandos estão ao alcance das mãos do motorista. A direção é leve, o que ajuda a manobrar o grande carro. A visibilidade dianteira é excelente. O vidro vai até quase a coluna central e a posição de dirigir mais elevada faz com que o condutor sempre tenha controle sobre o que está acontecendo a sua volta. Nota 9.

Consumo – O motor 2.0 a gasolina do C4 Picasso marcou uma média de 6,6 km/l em circuito misto, com 2/3 urbano e 1/3 rodoviário. Nota 5.

Tecnologia – A plataforma do C4 Picasso é a mesma do C4, de 2004. O conjunto mecânico composto do motor 2.0 e da transmissão de quatro velocidades também não é dos mais modernos. Pelo menos é um carro bem servido de itens de conforto e segurança. Nota 6.

Conforto – O espaço interno da C4 Picasso é realmente impressionante. Qualquer um dos cinco ocupantes fica confortavelmente posicionado. A ótima visibilidade dianteira graças ao vidro que vai até quase a coluna central é outro item que ajuda a passar sensação de conforto. A suspensão consegue absorver com competência as imperfeições do piso. Nota 8.

Habitabilidade – Entrar na espaçosa minivan da Citroen não é das tarefas mais difíceis. As portas são grandes e a altura de quase 1,70 m ajuda os movimentos no interior do carro. A marca francesa também lotou a sua minivan com porta-objetos. Na dianteira, destaque para os dois que ficam nas extremidades do painel. Nota 8.

Acabamento – Um acabamento digno de um carro de quase R$ 80 mil. Os plásticos usados são de bom toque e são todos bem encaixados, sem nenhuma rebarba aparente. Os bancos são revestidos de um couro de alta qualidade, o que ajuda a passar uma sensação de requinte. Nota 8.

Design – Já é um carro ligeiramente datado, mas mesmo assim conta com um desenho simpático e harmonioso. Destaque para os faróis grandes e para a linha de cintura, com uma linha reta “quebrada”. Nota 7.

Custo/benefício – Os únicos concorrentes diretos da C4 Picasso são a Chevrolet Zafira Elite e o Kia Carens, ambos vendidos por preços inferiores. Por R$ 78.490, apesar de bem equipada, não é lá um carro muito barato. Se a Citroen resolver passar integralmente o aumento do IPI, pode “espantar a freguesia”. Nota 6.

Total – O Citroën C4 Picasso somou 72 pontos em 100 possíveis.

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Citroen C4 Picasso – Impressões ao dirigir

Dirigir com desenvoltura a imponente minivan da Citroën requer um certo “estudo” prévio. É necessário parar e se acostumar com os comandos do C4 Picasso. Para começar, o volante de cubo fixo. Nele existem 16 botões e a buzina, tudo em um layout um tanto confuso.

Mas, depois de se acostumar, se torna interessante para mexer nas diversas funções do veículo sem precisar tirar a atenção do trânsito. Na coluna de direção ainda está a alavanca do câmbio automático e as vistosas borboletas que controlam a função manual. E não para por aí. Na parte superior do volante ainda ficam as luzes espia do carro.

Quando se abre um pouco mais o ângulo de visão as inovações da C4 Picasso continuam presentes. O ar-condicionado – de quatro zonas – fica do lado esquerdo do motorista, em vez da tradicional posição no console central.

O display multifuncional é outro que demanda um tempo de adaptação. Lá estão o velocímetro e o conta-giros, além de informações do computador de bordo. Próximo do visor, em uma posição muito pouco usual, fica o botão do freio de estacionamento elétrico.

Passada a estranheza inicial, dá para apreciar a ótima cabine que o C4 Picasso dispõe. O espaço é muito amplo, para qualquer um dos ocupantes. Cinco pessoas viajam sem nenhum tipo de aperto e com todo o conforto. O monovolume trata muito bem todos os seus ocupantes, com ajustes de ar-condicionado individual e até mesinhas de avião para os ocupantes dos bancos de trás.

Em movimento, o C4 Picasso não surpreende muito. Graças às grandes dimensões e ao tamanho avantajado, o desempenho é comedido, entretanto bastante adequado para um carro com pretensões familiares.

O motor 2.0 16V ainda responde bem, mas a média de consumo – 6,6 km/l – se mostra elevada para um motor a gasolina. A transmissão automática tem apenas quatro velocidades, mas exibe um comportamento relativamente suave.

Em curvas, a minivan se comporta bem. Mesmo sendo alta e larga, não desgruda muito do chão, o que acaba deixando o veículo sempre com uma boa sensação de segurança. Algo essencial para quem leva uma numerosa e agitada família no carro.

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Ficha técnica – Citroën C4 Picasso

Motor: A gasolina, 1.997 cm³, dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e duplo comando no cabeçote. Injeção de combustível multiponto sequencial, acelerador eletrônico e sistema de distribuição de regulagens variáveis na câmara de combustão.

Transmissão: Automática com quatro marchas à frente e uma a ré com modo manual sequencial através de borboletas no volante. Tração dianteira. Controle eletrônico de tração.

Potência máxima: 143 cv a 6 mil rpm.

Aceleração: 0 a 100 km/h:

Velocidade máxima:

Torque máximo: 20,4 kgfm a 4 mil rpm.

Diâmetro e curso: 85,0 mm X 88,0 mm. Taxa de compressão: 10.8:1.

Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com braços inferiores triangulares, amortecedores hidráulicos, molas helicoidais e barra estabilizadora. Traseira com travessa deformável, amortecedores hidráulicos, molas helicoidais e barra estabilizadora. Controle eletrônico de estabilidade.

Freios: A discos ventilados na dianteira e discos sólidos na traseira. ABS com EBD e assistente de frenagem de emergência.

Pneus: 215/50 R17 em rodas de liga leve.

Carroceria: Monovolume em monobloco, com quatro portas e cinco lugares. Comprimento de 4,47 metros, com 1,83 metro de largura e 1,68 metro de altura. Entre-eixos de 2,73 metros. Oferece duplos airbags frontais, laterais e do tipo cortina e um para os joelhos do motorista.

Peso: 1.560 kg em ordem de marcha, com 529 kg de carga útil.

Capacidade do porta-malas: 490 litros/1.775 litros com os bancos traseiros rebatidos e recuados.

Tanque de combustível: 60 litros.

Produção: Vigo, Espanha.

Lançamento na Europa: 2006.

Lançamento no Brasil: 2009.

Itens de série: Seis airbags, faróis de neblina, faróis com acendimento automático, ABS com EBD, controle de estabilidade, retrovisores externos com rebatimento elétrico, trio elétrico, direção elétrico, ar-condicionado de quatro zonas, rádio/CD/MP3 com seis alto falantes, persianas para os vidros traseiros e mesas do tipo avião na parte traseira dos bancos dianteiros.

Preço: R$ 78.490 (antes da elevação do IPI para os importados de fora do Mercosul e México)

Prós

# Espaço interno

# Interatividade

# Conforto

Contras

# Desempenho tímido

# Consumo elevado

Por Auto Press

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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 18 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.