No trio de motores do Volkswagen Novo Polo 2018, o motor 1.0 MPI é a porta de entrada e com ele o compacto alemão tem seu menor preço: R$ 49.990. O propulsor frugal dá uma ideia de como seria a gama VW sem o Gol.
O Polo MPI – em realidade um Trendline não oficializado – tem algumas coisas a mais que o velho campeão de vendas, que o faz ficar um pouco acima, mas não muito. Obviamente, por ser maior, apresenta benefícios que certamente conquistariam os clientes do Gol.
Como isso não aconteceu ainda, vide as vendas “coladas” com as do novo carro e o reforço do câmbio automático para breve, o veterano ainda terá muito o que rodar até a próxima geração. Enquanto isso, o irmão Polo mostra como é ser um popular levemente mais refinado.
Embalado pelos três cilindros, o Volkswagen Polo MPI completo sai por R$ 53.120. Nisso, ele contempla itens que a maioria dos populares ainda sonha: controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampa, entre outros.
Mas faltam outras coisas? Sim, faltam.
Por fora….
O Volkswagen Polo MPI só difere do MSI por não ter os apliques nas laterais e nem o logotipo “MSI”.
Fora isso, apresenta faróis duplos com máscara negra, grades com acabamento em preto, rodas de liga leve aro 15 polegadas (opcionais) com pneus 185/65 R15, lanternas compactas, limpador do vidro traseiro, defletor de ar no teto e antena.
O visual é bastante simples e não chama atenção, esse pelo carro em si, que ainda atrai alguns olhares, mesmo depois de meses de mercado. Se ele parece com o Gol, claro, especialmente quando se olha a traseira, mas esse é o DNA de estilo da VW e dele não há como fugir.
Em essência, representa aquilo que conhecemos como Volkswagen.
Por dentro….
O ambiente é o mesmo do MSI, tendo a funcionalidade como alvo. O compacto apresenta acabamento simples, embora com boa montagem. Tons de cinza fosco preenchem vários espaços e deixam o habitáculo mais limpo.
O volante com comandos de mídia, computador e telefonia tem boa empunhadura.
A instrumentação é completa, mas é a multimídia Composition Touch com o AppConnect que se destaca, pois ela vem com Google Android Auto, que permite o uso do smartphone (compatível, é claro) para a navegação através do Google Maps ou do Waze, além de outras aplicações.
Para facilitar a coisa, um suporte de celular logo acima tem uma entrada USB apenas para carregamento, mas a conexão por cabo só funciona na entrada que está no painel da multimídia, infelizmente.
O dispositivo tem ainda dados de performance e também o Apple Car Play, bem como o MirrorLink.
O Polo MPI mostra que a Volkswagen cortou os custos em compra de muitos materiais, entre eles luzes internas. Dessa forma, há somente um tipo e é o mais completo, tendo a versão de acesso luzes de leitura (4) na frente e atrás, assim como porta-óculos, um certo “luxo” se pensarmos em um carro 1.0 de entrada.
Há também vidros elétricos (todos) e travas elétricas, mas não tem retrovisores elétricos e nem regulagem da coluna de direção, nem mesmo como opcional.
Apesar de ter esses detalhes, o Polo MPI – assim como o MSI – falha em não ter um alerta de pressão dos pneus, item importante para se prevenir ante o pior, que é ficar parado próximo de um local perigoso para troca de pneu.
O espaço geral é bom – especialmente atrás – e o porta-malas é condizente com a exigência do consumidor brasileiro.
Por ruas e estradas….
O motor EA211 1.0 MPI é um propulsor muito bom, apesar de seus três cilindros. A vibração destes é bem filtrada e durante a condução, ele se mostra suave até. A vantagem desse motor é o bom torque em baixa, girando a 3.000 rpm com 9,7 kgfm na gasolina e 10,4 kgfm no etanol.
Mas no Polo, a VW adicionou dois cavalos à calibração, que o faz render 84 cavalos no etanol em vez de 82 cavalos, como nos demais da marca. No derivado de petróleo, os mesmos 75 cavalos.
Apesar de não gostar de rotação abaixo de 1.500 rpm, quando começa a pedir marcha, o 1.0 MPI move com desenvoltura o compacto.
O pequeno sobe de giro rápido e logo está a 2.000 rpm, onde pode-se trocar de marcha tranquilamente, sem prejuízo para a performance. Rodando na estrada, ele se ressente apenas em subidas de serra, onde a quarta marcha é a companheira de viagem para manter o embalo.
Porém, se tiver de reduzir e retomar a velocidade, o condutor terá que exigir bem mais de 4.000 rpm para pegar o fôlego.
O câmbio é justo, curto e preciso, além de ser bem macio, proporcionando trocas até com a ponta dos dedos, devido a boa maneabilidade do mesmo.
As relações de marcha são adequadas para a proposta e como o EA211 já cumpre as metas de emissão que o Inovar-Auto impôs, ele não precisa de uma sexta marcha para reduzir o consumo em estrada.
De qualquer forma, conseguimos bons 15,2 km/litro na estrada e 13,1 km/litro na cidade, sempre com gasolina. O Polo MPI, além da boa disposição no dia a dia, também apresenta um nível de conforto aceitável, tendo suspensão com uma calibragem firme, porém, aceitando bem as irregularidades do nosso solo.
Freios e direção elétrica atendem muito bem também, assim como o nível de ruído, que está dentro do esperado. Mesmo sendo um carro com motor fraco, o Polo MPI anda bem como lotação completa, evidentemente exigindo mais pé no pedal e reduções para garantir o desempenho.
Como uma opção de entrada, serve bem ao propósito nesse aspecto.
Por você….
O Polo MPI é um compacto que tem lá seus atributos, mas também suas falhas. Apresenta uma boa dirigibilidade e tem ainda uma direção muito leve e gostosa de guiar. Também é espaçoso e com porta-malas digno.
Ele atende muito bem em performance e garante conectividade e acessibilidade acima da média da categoria.
Herdou alguns itens das versões mais caras, mas apresenta a falta de outras bem básicas. No acabamento, é o esperado e não dá para imaginar algo mais sem uma elevação de custos, o que é natural, infelizmente.
Embora seja fraco em potência e torque, a VW não dispensou o uso de assistência eletrônica para manter o Polo MPI na linha, dando assim mais segurança aos ocupantes. Isso sem contar os airbags laterais, que ajudam no reforço da proteção.
E agora, vale ou não vale? Numa comparação básica, o Fiat Argo Drive 1.0 completo sai por R$ 52.890 e traz retrovisores elétricos, sensor de estacionamento e câmera de ré como itens a mais, mas não tem rodas de liga leve e nem as assistências para condução.
Então, é a opção de segurança versus comodidade. Nesse caso, a segurança ativa é sempre a melhor opção racional. Então, vale.
Medidas e números….
Ficha Técnica do Volkswagen Polo 1.0 MPI 2018
Motor/Transmissão
Número de cilindros – 3 em linha, flex
Cilindrada – 999 cm³
Potência – 75/84 cv a 6.350 rpm (gasolina/etanol)
Torque – 9,7/10,4 kgfm a 3.000 rpm (gasolina/etanol)
Transmissão – Manual de cinco marchas
Desempenho
Aceleração de 0 a 100 km/h – 13 segundos (etanol)
Velocidade máxima – 170 km/h (etanol)
Rotação a 110 km/h – 3.500 rpm
Consumo urbano – 13,1 km/litro (gasolina)
Consumo rodoviário – 15,2 km/litro (gasolina)
Suspensão/Direção
Dianteira – McPherson/Traseira – Eixo de torção
Elétrica
Freios
Discos dianteiros e tambores traseiros com ABS e EDB
Rodas/Pneus
Liga Leve aro 15 com pneus 185/65 R15
Dimensões/Pesos/Capacidades
Comprimento – 4.057 mm
Largura – 1.751 mm (sem retrovisores)
Altura – 1.468 mm
Entre eixos – 2.565 mm
Peso em ordem de marcha – 1.058 kg
Tanque – 52 litros
Porta-malas – 300 litros
Preço: R$ 49.990 – Versão avaliada: R$ 53.120
Volkswagen Polo MPI 2018 – Galeria de fotos
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