O governo federal anunciou um pacote de medidas para incentivar as vendas de veículos de entrada no mercado nacional, com redução tributária de IPI e PIS/Cofins, variando de 1,5% a 10,96% de abatimento nos preços.
O governo revelou que somente os carros até R$ 120.000 serão beneficiados, sendo que os maiores descontos serão para os carros mais baratos nessa faixa e com maior percentual de conteúdo nacional.
Além disso, o governo liberou a venda direta para pessoa física e também medidas para melhorar o crédito, entre outras ações para beneficiar a economia nacional.
No entanto, economistas divergem sobre os benefícios que as medidas do governo, para promoção do carro popular, trarão de fato à economia.
Renato Romio, engenheiro mecânico e professor do Instituto Mauá de Tecnologia, afirmou: “Se for lançar um carro muito caro, que não emite poluente, não vai adiantar nada porque ninguém vai comprar esse carro. Um carro popular, um carro mais acessível, com preço baixo, é muito bom para essa renovação de frota, porque aquela pessoa que tem o carro antigo vai acabar trocando por esse carro novo”.
Para Antônio Jorge Martins, coordenador dos cursos automotivos da FGV, as medidas de redução tributária não são suficientes. Ele comentou: “O que se teve ao longo dos últimos três anos, especialmente no período pós-pandemia, foi um aumento de custos de partes de peças, componentes, semicondutores, desvalorização cambial, inflação, que geraram um aumento de custos para a montadora da ordem de 50% a 55%. Na minha percepção, não será uma medida de redução de impostos que poderá gerar redução de preços, que de uma forma geral irá reverter o quadro hoje existente”.
Romio explicou: “Incentivos, normalmente, fazem parte de uma política pública. Então, você dá um incentivo buscando algo em troca. Você incentiva determinada tecnologia porque aquela tecnologia é a melhor para o país. Então, você sempre faz esses incentivos de forma amarrada. São coisas que, normalmente, o fabricante não iria fazer de forma espontânea e, na realidade, acaba sendo uma troca. Você oferece algo, o governo oferece algo e o fabricante oferece algo em troca que normalmente ele não faria”.
[Fonte: G1]
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