A Fórmula 1 é, sem dúvidas, uma das grandes paixões de boa parte dos fascinados por automóveis e veículos em geral.
Trata-se da modalidade de automobilismo mais famosa do mundo, se destacando ainda por contar com o maior público e também todo o status envolvido, atraindo os “olhares” de dezenas de grandes empresas globais como patrocinadoras.
E como em praticamente quaisquer outros grandes eventos e esportes, a Fórmula 1 envolve uma enorme logística por trás dos “espetáculos” realizados durante a temporada.
Durante a temporada de um determinado ano, o piloto deverá disputar corridas realizadas em dezenas de circuitos (normalmente são 20 provas), distribuídos nos cinco continentes. Com isso, a temporada leva oito meses.
Sendo assim, toda a estrutura da equipe deve ser transportada de um canto para o outro em poucos dias de maneira impecável e ágil para que garanta toda a eficiência do conjunto, fazendo com que tudo esteja em ordem antes do início da competição.
Estima-se que cada equipe costuma viajar mais de 160 mil quilômetros entre corridas e sessões de testes ao longo dos oito meses de uma temporada.
Para se ter uma ideia, na temporada de 2017 do Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, realizado no autódromo de Interlagos, em São Paulo, foram mais de 600 toneladas de carga trazidas do México, que sediou a última corrida da temporada, num total de seis voos em aeronaves cargueiras Boeing 747-400 e Boeing 747-800.
Todo esse aparato foi descarregado no aeroporto de Campinas e enviado a São Paulo por nada mais, nada menos que 80 carretas com caminhões Scania em mais de 200 viagens.
Como funciona a logística da Fórmula 1?
Lembra das 600 toneladas de carga da Fórmula 1 trazida do México ao Brasil? Pois bem, além desses dois países, ela passa também pelos Estados Unidos. Tudo isso num prazo de apenas três semanas.
Logo, você já deve imaginar que toda a equipe responsável pela área de logística da competição deve ser para lá de competente para desenvolver um trabalho impecável de transporte dos equipamentos com agilidade e, de quebra, de maneira extremamente minuciosa.
E acredite, as 600 toneladas são apenas as que embarcam em aviões especiais (incluindo os carros e também outros equipamentos de maior importância). Há ainda outras centenas de toneladas que são enviadas de navio.
Para etapas fora do continente europeu, são mais de 2.100 toneladas de materiais, sendo que 1.500 toneladas são divididas em contêineres e despachadas para diversos locais ao mesmo tempo, sendo um navio para o Brasil, outro para os Estados Unidos e um para o México.
Para se ter uma noção, o desembarque de todo o aparato contido nos aviões é realizado em cerca de 12 horas.
No caso das competições realizadas na Europa, grande parte dos equipamentos de uma determinada equipe é despachada por meio de caminhões, o que inclui os automóveis, peças e ferramentas.
Os pneus, combustível e outros equipamentos são trazidos separadamente por parceiros técnicos e contratados locais.
No Brasil, a logística da Fórmula 1 é feita por uma empresa local, enquanto na Europa, como citamos anteriormente, cada equipe fica responsável pelo processo.
Já em outros países, a empresa inglesa Formula One Management (FOM) em parceria com a alemã DHL são responsáveis pelo transporte de todo o conjunto, com direito a aviões fretados e contêineres em navios.
Além disso, a empresa costuma ficar de plantão 24 horas para atender pedidos urgentes, que podem ser entregues na pista entre 24 e 36 horas.
Após esse processo e com todos os itens presentes no autódromo onde será realizado o evento, começa toda a montagem da estrutura. Tudo deve ser montado antes dos treinos de sexta-feira, quando se inicia as atividades oficiais de cada etapa.
Em até três horas após o final da corrida, é iniciado o processo de desmontagem e separação do material das equipes. Tudo isso é feito entre três e seis horas.
Depois disso, a transportadora responsável recebe todo o material, que é alocado em aviões, navios ou ainda caminhões, dependendo da localidade.
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Como os carros de Fórmula 1 são transportados?
Como não poderia ser diferente, as grandes estrelas da competição também possuem um processo diferenciado de transporte durante a temporada.
Cada equipe costuma levar pelo menos dois carros, que são transportados de maneira bastante delicada dentro de uma caixa de espuma, com direito a uma série de travas para que o carro fique bem posicionado e não sofra qualquer dando durante o longo percurso.
Entretanto, a eficiência da estrutura de transporte varia de equipe para equipe – algumas utilizam os tradicionais plásticos bolha, que na maioria das vezes são usados para evitar danos em partes com pintura do veículo.
Após o fim da corrida, os carros são inspecionados e depois desmontados por mecânicos, para que eles sejam transportados com a menor quantidade de componentes possível. São retirados itens como o motor e a caixa de transmissão, além da suspensão, retrovisores e asas dianteiras e traseiras.
Em média, um carro de Fórmula 1 custa cerca de US$ 10 milhões e é formado por diversas peças bastante delicadas, que variam de parafusos com somente 1,5 milímetro de diâmetro a um chassi com 60 camadas de fibra de carbono.
Desse modo, dá para imaginar como deve ser extremamente complexo e estressante o trabalho de transporte de todo o aparato.
Vale ressaltar ainda que uma equipe costuma levar ainda outros cinco motores para os veículos, caso haja algum imprevisto durante a competição. A lista inclui ainda 40 jogos de pneus, 2.500 litros de combustível, 200 litros de óleo de motor e 90 litros de refrigerante do motor.
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