Em 1 de abril de 1929, nascia em Portland, Oregon, a Consolidated Truck Lines.
Era uma empresa de transportes fundada por Leland James e que se tornaria a maior dos EUA e que daria origem a um fabricante de caminhões posteriormente.
A empresa mudou sua razão social para Consolidated Freightways em 1939, ano em que adquire o que sobrou do antigo fabricante de caminhões, ônibus e tratores agrícolas Fageol.
Esta nova atividade da CF passou a ser designada Freightliner.
A decisão de entrar no setor automotivo foi motivada pela dificuldade dos caminhões da época em vencer as íngremes subidas do oeste dos EUA. Assim, a Freightliner passou a fabricar caminhões mais potentes, que podiam reduzir os tempos de viagem da CF.
No entanto, inicialmente apenas a conversão de caminhões Fageol foram feitas, sendo que somente em 1942 a produção de fato começou em Salt Lake City.
Durante a Segunda Guerra, a fabricação foi interrompida, tendo sido retomada somente em após o conflito em Portland.
Até então, todos os caminhões da Freightliner atendiam somente à CF, mas em 1949 a fabricante de empilhadeiras Hyster adquiriu o primeiro exemplar vendido para fora do grupo, sendo que hoje em dia, este veículo está no Museu Smithsonian.
Por esta época, os custos de produção já eram bastante altos para a Consolidated e então surgiu a oportunidade de ampliar o mercado.
White Freightliner
Em 1951, a CF assina um acordo com a White Motor Company para distribuição dos caminhões Freightliner entre as empresas americanas, passando assim a ter seus produtos colocados diretamente no mercado americano e canadense.
Na década de 60, a demanda por caminhões Freightliner aumentou tanto que foram construídas fábricas nos estados de Indiana e Califórnia, assim como uma nova planta em North Basin St.
Outra unidades, a única fora dos EUA, foi erguida em Burnaby, Columbia Britânica, a fim de reduzir a carga tributária sobre veículos de fora do Canadá.
Em 1974, a parceria com a White não estava dando lucro há algum tempo e o acordo de distribuição foi encerrado.
A Freightliner passou a produzir e distribuir seus caminhões. A empresa também licenciou empresários para vender os veículos de forma terceirizada.
No entanto, a fim de atender à nova legislação que limitava o tamanho dos caminhões em 16,76 m nas rodovias interestaduais, a marca americana lança seu primeiro caminhão convencional, uma adaptação dos grandes COE (cabine avançada sobre o motor ou a popular “cara chata” no Brasil).
Na época, representavam mais de 50% do mercado dos EUA.
Em 1979, a Freightliner abre mais duas fabricas em Mount Holly e Gastonia, ambas na Carolina do Norte, sendo a primeira para montagem de caminhões e a segunda para fabricação de peças.
No entanto, o presidente Jimmy Carter aprovou a lei de desregulamentação do transporte rodoviário nos EUA, que afetaria duramente a CF.
Era Daimler
Dois anos depois, com custos de mão de obra maiores por causa da sindicalização e devido à maior concorrência no transporte de cargas, a Consolidated Freightways vende a Freightliner para a alemã Daimler.
As fábricas de Indiana e Califórnia foram fechadas e a CF continuou no ramo de transportes até falir em 2002.
No ano de 1985, a Freightliner lança o caminhão médio FLC, que era uma adaptação dos LK da Mercedes-Benz.
Em 1989, ela adquire uma fábrica em Cleveland, Carolina do Norte, que antes fazia ônibus da MAN. Dois anos depois, a Daimler tira do mercado americano a marca Mercedes-Benz para caminhões por causa das vendas fracas.
A fim de compensar a saída da Mercedes, a Freightliner lança a série FL Business Class, que era uma adaptação do FLC com componentes dos alemães LKN.
O Dr. Dieter Zetsche, hoje CEO da Daimler, assume a empresa nessa época, reestruturando-a completamente. A fábrica canadense é fechada no período.
A Freightliner passou a utilizar uma das fábricas da Mercedes-Benz em Santiago Tianguistenco, México, onde eram fabricados também caminhões, ônibus e carros da marca germânica.
Zetsche orienta o fabricante americano para as aquisições, comprando assim as empresas Oshkosh Custom Chassis, American LaFrance, Sterling Trucks, Thomas Built Buses, Western Star Trucks e Detroit Diesel.
Após uma série de mudanças internas, inclusive com a troca de produção entre fábricas, a Freightliner vende a American LaFrance – com seus caminhões de bombeiro e resgate – em 2005. No ano de 2007, a empresa demite centenas de funcionários em suas várias divisões.
Com a venda da Chrysler, a Daimler muda a razão social da fabricante de caminhões para Daimler Trucks North America.
A marca Freightliner continuou no segmento de caminhões, com destaque para as séries 5 e 8. Logo depois, a van Sprinter passou a ter a mesma designação da empresa, tendo inclusive uma versão elétrica desenvolvida em parceria com a Tesla.
Caminhões da Cascadia começaram a vender bem a partir de 2009, assim como as linhas Columbia e Argosy, que passaram a ser feitas inclusive na África do Sul.
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