Quem é a BYD? Do Flyer ao Dolphin Mini, conheça a evolução da marca chinesa

byd flyer
byd flyer

Wang Chuanfu ainda morava num apartamento de um conjunto habitacional na China, quando se tornou o homem mais rico do país. Fundador da BYD, o empresário transformou uma empresa que fazia um carrinho singelo numa green tech que disputa a liderança mundial com a Tesla.

Há quase 20 anos, a BYD produzia na China o modelo Flyer, um hatch subcompacto tão simples, que ainda usava carburador em seu diminuto motor 0.8 e tinha um acabamento inferior ao Chery QQ, por exemplo.

byd f0
byd f0

Comparável ao Fiat Uno Mille de 1990, o Flyer nem poderia ser vendido no Brasil da época, tamanha sua pobreza tecnológica. O NA falou do modelo em seu início e agora fala novamente, mas num sentido muito diferente.

A BYD não é a mesma da época em que o Flyer era seu menor carro, fruto de uma cópia do Suzuki Alto dos anos 80. Num portfólio que tinha o F3 como principal produto, sendo ele, cópia do Toyota Corolla E120, a marca seguia o caminho da maioria das chinesas.

byd f3
byd f3

Nessa época, os fabricantes estrangeiros tinham de fazer parceria com empresas chinesas e era fácil ver carros de certas marcas, como Toyota, Mazda e Suzuki, copiados abertamente no país, muitas vezes sem qualquer licença.

Na BYD, o portfólio era essencialmente Toyota e, com um fato engraçado ocorrido no Egito, onde compradores do F3, trocaram o logo da marca chinesa pelo da japonesa, de modo que o carro se passasse por um Corolla original.

dolphin mini
dolphin mini

Enquanto copiava da Toyota, carros como Corolla e o pequeno Aygo, além do Lexus RX, entre outros de marcas diferentes, a BYD economizava para desenvolver um novo tipo de bateria de lítio, a de fosfato de ferro.

Com sua experiência anterior em baterias de celulares e notebooks, a BYD criou um pacote mais barato de bateria para carros elétricos, estações de recarga e acabou atraindo a atenção de Warren Buffett, que ao investir na empresa, a tornou famosa no mundo.

byd charging station old
byd charging station 2011

Demoraria ainda uma década para a BYD estabelecer um portfólio com carros próprios, mas no período, avançou na bateria LFP, colocando-a em caminhões e ônibus, assim como em alguns modelos de automóveis, como o e6.

Para resolver a questão do pós-vida útil das células, criou bancos de backup estacionários, que durariam pelo menos mais uma década após a retirada dos carros elétricos usados.

eletroposto byd shell
eletroposto byd shell hoje

A evolução tecnológica da BYD atraiu a atenção da Mercedes-Benz e também da própria Toyota, com joint ventures locais, mas com a bateria Blade, até mesmo a Tesla não resistiu e se tornou mais um cliente da marca.

Muito distante do Flyer e das cópias da Toyota, a BYD de hoje, com o Dolphin Mini, não surpreende por sua agressividade em preços e volume.

byd blade
byd blade

A marca chama atenção pela tecnologia, com coisas como NFC, OTA e a própria Blade, que nasceu da economia em escala e que logo colocará o país como mais um produtor de carros elétricos modernos.

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Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X