Após uma década onde acumulou prejuízo de US$ 10 bilhões ou R$ 60 bilhões (na época do encerramento das atividades), a Ford vê seu segundo ano de lucros como importadora.
A marca americana, que deixou para trás uma história de mais de um século de produção nacional (de 1919 a 2021), fechou fábricas, demitiu milhares de empregados e reduziu sua rede de revendedores.
Mesmo sendo malvista inicialmente, em especial na internet, a marca conseguiu virar o jogo e voltou a emplacar bem no ano seguinte, alcançando o primeiro lucro em muito tempo aqui.
A estratégia da Ford foi sair do mercado de massa com produtos como Ka, Ka Sedan e EcoSport, migrando para o segmento premium, com carros de maior valor agregado.
Mesmo com volumes muito menores, a Ford passou a vender carros mais caros com margens melhores, mantendo a Ranger na Argentina e adicionando a Transit para manter-se no mercado de comerciais leves.
Todavia, o lucro da Ford não vem somente dessa simples operação de importação de carros caros ou da venda da Nova Ranger por aqui, mas também de serviços ao grupo americano, sediado em Detroit.
Somente neste, a Ford Brasil faturou R$ 500 milhões em serviços gerados com base no passado industrial da ex-montadora por aqui, como seu Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Camaçari, ou o campo de Provas em Tatuí, o que restou da grande operação da empresa no país.
Tendo ainda recebido R$ 220 milhões por atualizações feitas na fábrica de Camaçari, a Ford foca em produtos como Maverick, Bronco Sport, Territory, F-150, Mustang e Mustang Mach E, importados do México, EUA e China, enquanto Transit e Ranger chegam de Uruguai e Argentina.
Focando em parte na eletrificação e também no tradicional mercado de picapes, a Ford fica de olho no agronegócio, trazendo coisas como a Ranger Raptor, por exemplo.
Ou seja, apenas produtos chamativos que vendem rápido e com um bom lucro.
[Fonte: Estadão]
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