O Maverick é um dos carros clássicos mais icônicos do Brasil, e junto com o Opala, está no imaginário popular, são os “Muscle Cars” brasileiros.
Tinha desde motores 4 cilindros até V8, e conta com uma estética inconfundível e desempenho interessante.
Hoje as unidades em bom estado são extremamente valorizadas e até as mais destruídas tem seu valor.
Mas, nem só de qualidade vivem os clássicos, precisamos cumprir a triste missão de elencar os principais problemas deles.
Lançado nos EUA em 1969, o “Maveco” só chegou ao Brasil em 1973, sendo um intermediário entre o Galaxie e o Corcel.
Equipado com o motor 4 cilindros de 99 cv ele chegava à velocidade máxima de 155 km/h e acelerava de 0 a 100 km/h em 15 segundos.
O motor 6 cilindros rendia 112 cv e uma aceleração de 0 a 100 km/h em 20s, com velocidade máxima de 150 km/h (sim, mais lento que o 4 cilindros), o culpado pela lentidão era também o câmbio manual de 3 velocidades.
Por último o “V oitão” 302 de 197 cv e 35 kgfm de torque, tinha um 0 a 100 km/h em 10s e velocidade máxima triscando os 200 km/h.
Tinha versões com câmbio na coluna ou no assoalho, com opção de direção hidráulica e alguns acessórios a mais, mas não muitos.
Os principais problemas enfrentados por quem tem ou quer ter um Maverick atualmente são:
Falta de segurança e estabilidade
O carro não é estável em alta velocidade, e saí fácil de traseira, o que pode ser gostoso em baixa velocidade, mas na pista é um perigo.
Junte isso a um motor potente e um dia de chuva e má sorte e terá uma tragédia.
Caso isso aconteça, lembre-se que o carro não tem airbag, ABS, além da lataria ser extremamente robusta, que ao contrário do que algumas pessoas ainda pensam, é terrível par os ocupantes, pois não absorve o impacto.
Claro que é beberrão
Poxa, você realmente achava que o Maverick ia fazer mais que 10 km/l?
Como é de senso comum, o Maveco bebe mais que seu amigo alcoólatra, mas ele também é muito mais legal.
O consumo de um V8 antigo com carburador não passa dos 4 km/l na cidade, e isso se você pisar bem de leve.
Problemas no platinado
Caso não saiba o que é um platinado, ele é um componente responsável por distribuir a corrente elétrica que virará centelha na vela.
Esse componente desregula e desgasta, deixando o carro fraco e difícil de pegar, por sorte o reparo é simples e rápido.
Marcador de combustível que não marca
Outro problema que acontece com maior frequência que os donos gostariam é o marcador de combustível não marcar ou marcar errado o nível.
O problema pode ser no painel, no chicote ou na boia e o resultado costuma ser o mesmo, você na rua sem gasolina.
Carburador dá trabalho
Os motores carburados são legais para dar rolê aos finais de semana e ostentar seu carrão antigo, mas infelizmente no dia-a-dia dão trabalho e podem ser bem cansativos.
Motor 6 cilindros não faz sentido
O motor 6 cilindros anda igual o 4 cilindros, mas bebe quase o mesmo que o 8 cilindros, então ele é o menos apreciado no Maverick.
Se quer desempenho, vá de V8, “economia” vá de 4 cilindros, o 6 cilindros pode parecer uma opção intermediária, mas não é!
Problemas da época
Para alguns (eu inclusive), os pontos abaixo são justamente o que fazem os clássicos serem tão legais, mas tem quem não se adapte a essas características.:
- Motor barulhento;
- Freio ineficiente;
- Isolamento acústico ruim;
- Ruídos internos e na carroceria;
- Posição de dirigir ruim;
Atenção à tração traseira
Por ser um carro de tração traseira, o sistema de transmissão é um pouco diferente e traz alguns problemas por conta disso.
Um desses problemas está na cruzeta do cardã que pode se desgastar e apresentar folgas, até se romper, procure por folgas no sistema.
Outro problema está no desgaste dos componentes internos do diferencial, que pode gerar ruídos na rodagem.
Tempo de uso
Boa parte das unidades a venda já foram restauradas, fique atento ou leve para um funileiro olhar a integridade da lataria e à qualidade dos serviços já executados.
A lataria não tem boa resistência à oxidação e enferruja com facilidade, podendo fazer até buracos nas chapas.
Outros itens que sofrem bastante com a ação do tempo são os acabamentos plásticos e de borracha, difíceis de achar e extremamente caros.
Além disso, fique atento aos frisos e emblemas faltantes, podem sair bem caro para repor.
Conclusão
O Maveco é um clássico, e como tal sempre terá lugar em nossos corações e garagens (mesmo eu sendo do time Opala, teria facilmente um Maverick)
Ter um clássico é uma experiência única para um amante de carros, e o Maverick é uma boa opção, ainda tem razoável oferta de peças e uma manutenção simples.
Não é um carro para o dia-a-dia, tem peças raras, é visado, beberrão, perigoso e não muito confiável, e tudo isso faz parte do charme.
Desconfie de unidades muito inteiras, por preço convidativo, podem esconder muita massa por baixo da pintura, além de problemas estruturais.
Se possível vá logo de V8, ou então de 4 canecos, o 6 cilindros não é legal, apesar que a troca de motor é sempre possível, mas para muitos colecionadores e “zé frisinhos” é um crime capital trocar o motor do seu clássico, então se fizer isso pode desvalorizar a sua unidade.
Quer receber todas as nossas notícias em tempo real?Acesse nossos exclusivos: Canal do Whatsapp e Canal do Telegram!