Em 23 de março de 1953, a Volkswagen encerra a importação de carros no Brasil com o início da operação de sua rudimentar linha de montagem no bairro do Ipiranga, em São Paulo.
Três anos após chegar o primeiro sedã da Alemanha, a VW começou a montar tanto o besouro quanto a sua irmã utilitária, a velha senhora, mas a operação não duraria muito tempo, seria insuficiente para a demanda que se seguiria.
Apenas seis anos depois, a Volkswagen construía às margens da então distante rodovia Anchieta, sua primeira fábrica completa fora da Alemanha e que, por décadas, foi a maior construção industrial brasileira.
Mesmo tendo criado sua própria “cidade” na então Detroit brasileira, homenageada com sua heráldica encrustada nos emblemas dos carros que saíam da Anchieta, a Volkswagen galopou nos anos 70, abrindo sua segunda fábrica no Vale do Paraíba e de lá, saindo os primeiros fastbacks longe “do caminho do mar”.
Feita para uma nova família de carros, cujo primeiro membro seria o líder de vendas por 27 anos, a nova fábrica seguiu por muitos anos ao lado da matriz de São Bernardo do Campo, de onde saíram clássicos nacionais inesquecíveis.
Muitos desses carros ajudaram a contar a história de gerações de brasileiros e continuam a ser hoje, alguns dos carros usados mais vendidos. Com o tempo, a VW inaugurou uma terceira fábrica no Brasil, em São José dos Pinhais, para fazer seu best seller mundial, o hatch mais vendido da história e com ele seu primo rico da Audi.
Enquanto isso, a VW continuava a ser o principal player nacional, tão grande que podia mesmo esconder um futuro sucesso de vendas de sua administração alemã. A aposta brasileira foi certeira e os alemães copiaram a ideia em seu principal carro…
Com a fábrica de motores de São Carlos, a VW criou um grande parque industrial no Brasil, com direito a três usinas hidrelétricas. Foi a primeira a ter crash test nacional e a desenvolver projetos quase inteiramente nacionais, além de ser a primeira a ter um carro flex, tipo que hoje completa 40 milhões de veículos feitos no país.
Agora, 70 anos depois, a Volkswagen tem desafios pela frente, com a mais urgente sendo a falta de peças, porém, um futuro eletrificado sinaliza no horizonte, apesar da aposta em seguir um caminho da hibridização flex.
Desde os tempos da Karmann-Ghia, a Volkswagen é o que é, independente das coisas boas e ruins que a envolveram. Sua importância para a história, a economia e a industrialização do Brasil é inegável, assim como para aqueles que nasceram, cresceram e viveram a bordo de seus carros, construindo suas famílias, suas fortunas e suas vidas.
Volkswagen do Brasil – Galeria de fotos
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