O teste de segurança do Latin NCAP é um alerta para os carros inseguros vendidos na América Latina e consequentemente no Brasil, porém, se a proteção fosse mesmo um fator de definição na hora da compra, o mercado seria outro.
Definitivamente, ir mal no Latin NCAP não significa perder em vendas, muito pelo contrário. Alguns casos notórios de testes realizados pelo instituto, mostram que perder estrelas ou simplesmente zerar na avaliação, não quer dizer nada.
Um dos casos mais emblemáticos foi do Chevrolet Onix testado em maio de 2017, que zerou no teste do Latin NCAP e viu suas vendas subirem no mesmo mês da avaliação, ultrapassando a marca de 15 mil unidades, contra 12,8 mil vendidos no mês anterior.
Na época, nada parava o Onix, nem mesmo a barreira de impacto do NCAP… Mas, ele não foi o único a crescer em vendas após zerar.
Em agosto de 2021, o Duster teve sua avaliação reclassificada, caindo de 4 estrelas para zero após mudanças nas regras do NCAP e o SUV viu suas vendas subirem de 945 no mesmo mês para 1.408 em outubro, alta de quase 50% nos emplacamentos.
No mesmo ano, em dezembro, o Cronos também zerou, mas isso não impediu que as vendas saltassem de 3.545 em novembro para 4.535 no mês seguinte e já com a notícia amplamente divulgada por nós da imprensa automotiva.
Já a Fiat Strada foi um pouco menos pior em outubro de 2022, com uma estrela no Latin NCAP ao ter sua carroceria considerada “instável”, mas essa instabilidade estrutural não se verificou nos emplacamentos, que passaram de 8.040 no mesmo mês para 9.236 no seguinte.
O caso mais recente foi do Novo Citroën C3 que, em julho, zerou no Latin NCAP, mas viu suas vendas subirem de 2.930 unidades no mesmo mês para 3.030 unidades em agosto.
Então, tirando o Argo, que realmente registrou queda nas vendas após zerar, provavelmente pelo efeito dos chips, o mercado mostra que mesmo quem leva “bomba” no NCAP, “passa de ano” no comércio.
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