Visitar uma exposição de carros antigos pode ser um ótimo programa de fim de semana ou feriado, seja você um apaixonado ou apenas um curioso. E não importa sua idade.
Exposições de carros antigos já se espalharam pelo país. De Norte a Sul. Vivo no estado de São Paulo. E já fui a eventos na capital e no interior. O mais famoso deles é o de Águas de Lindoia, realizado anualmente no feriado de Corpus Christi.
Na capital paulista, clubes se reúnem para encontros no Estádio do Pacaembu, na Estação da Luz ou no Sambódromo do Centro de Convenções do Anhembi.
Nesses locais se reúnem, inclusive em dia de semana, amantes de VW, Chevrolet, Ford V8, Dodge V8, de picapes antigas de marcas variadas e de modelos específicos como Chevrolet Opala e Ford Maverick e Modelo T, vulgo Ford ‘Bigode’, chamado assim devido ao par de alavancas opostas na coluna de direção utilizadas para controlar a aceleração.
Nos domingos e feriados, estacionamentos de Shoppings e Hipermercados na Grande São Paulo também viram ponto de encontro de carro antigo. Encontros de menores proporções, claro.
Aliás, todos os encontros começam pequenos. Dois ou três amigos se reúnem e outros, vendo, sentem-se encorajados a comprar um antigo e reformá-lo para mostrá-lo ao público. Alguns mais apaixonados e dispostos a investir, quando se dão conta já têm 200 carros.
E por falar em investimento, para alguns os eventos são, ao mesmo tempo, paixão e negócio.
Neste último feriado de Proclamação da República, visitei o Primeiro Encontro de Carros Antigos de Campos do Jordão. E nele havia, além dos expositores particulares com antigos das marcas Dodge, Studebaker, Renault, Mercury, Chevrolet, VW e Ford, uma loja com seus modelos expostos para venda: Fuscas dos anos 60, Kombi dos anos 70, Mercedes-Benz dos anos 60 a 80 e até uma rara BMW 1600 GT Coupé 1968.
Eu que tenho acompanhado este mercado há cerca de 7 anos, percebo que os preços dos carros antigos colecionáveis estão em alta. Se um Dodge Charger R/T 1976 em 2004 era vendido por cerca de R$ 20 mil, hoje há quem peça por ele R$ 250 mil.
O mesmo vale para um Maverick GT 1975, que de menos de R$ 20 mil há 7 anos hoje pode passar dos R$ 220 mil. Um Ford Mustang dos anos 60, nas versões conversível ou fastback, como a Eleanor de 60 Segundos, custa entre R$ 350 mil e R$ 500 mil.
Quanto mais raro, mais caro. Tanto que, em leilões internacionais os preços estão lá no céu. Uma Ferrari 250 Testa Rossa, de 1957, foi vendida este ano por US$ 16,4 milhões. E o recordista em preço na história foi um Bugatti Type 57SC Atlantic 1936, vendido em maio de 2010 por US$ 40 milhões.
Mas deve-se lembrar que apesar de bom negócio, guardá-los em segurança, encontrar peças de reposição e mantê-los conservados e funcionando tem um custo alto. E exige tempo.
De olho nisso, alguns colecionadores empreendedores com experiência no assunto, criaram “carrinas”, ou marinas para carro, locais cobertos e seguros onde o dono paga uma mensalidade e encontra seu carro limpo, abastecido e com bateria carregada quando decide passear com eles.
Os encontros de carros antigos como o de Campos do Jordão também são um bom local para quem não procura um carro inteiro, mas sim partes – ou peças. Nestes eventos sempre há stands com peças de acabamento como volantes, manivelas de vidros e botões do painel.
E outros com peças mecânicas também. Tive a chance de ver um conjunto de pistões e bielas para motor Ford V8 na caixa. Além de filtros, carburadores, distribuidores e cabos. E por aí vai.
Miudezas também não faltaram. De revistas a chaveiros. De latinhas de óleo antigas a LPs com músicas dos anos 1950 e 1960. E para os saudosistas e novos apaixonados, miniaturas e pôsteres.
Além de passar uma tarde agradável, também pude interagir com muita gente e ouvir boas histórias de quem viveu aqueles tempos. E ver jovens e crianças na companhia dos avós querendo saber pra quê e por quê as coisas eram daquele jeito.
Encontros de carros antigos são cada vez mais frequentes. Bons sites para conferir o calendário de eventos são:
– O do Clube do Carro Antigo (www.clubedocarroantigo.com.br) que também orienta proprietários de carros associados ao clube no processo de obtenção da placa preta e organiza eventos culturais da época dos carros, com músicas e pessoas vestidas com roupas características.
– FBVA – Federação Brasileira de Veículos Antigos – (www.fbva.com.br). FBVA é a entidade máxima do antigomobilismo, à qual clubes de carros antigos podem se associar. Também orienta associados na obtenção da placa preta e divulga e organiza eventos.
E fique ligado nos sites, TVs e jornais regionais, pois alguns eventos ainda não são muito tradicionais ou estão em sua primeira edição, como o de Campos do Jordão.
Bom, é isso! Fui e recomendo a você, leitor, ver os antigos e investir neles. Um bom começo é comprar carros com menos de 30 anos, que ainda não são clássicos, mas que logo se tornarão, como Santana, Escort, Omega, Passat, Gol, Monza e BMWs e Mercedes dos anos 80 e 90, por exemplo.
Ou procurar muito bem, pois ainda se encontram casos em que o carro antigo, quer seja um Maverick ou um Packard, foi herança e os filhos e a viúva não têm interesse em cuidar dele ou pretendem mudar-se para apartamento.
Desse modo, os preços não serão estratosféricos. E mesmo com reparos e documentação, ainda há perspectivas de ganho. A placa preta, permitida para carros com mais de 30 anos, também ajuda a valorizar o carro antigo.
Ficou entusiasmado? Vale lembrar que de 24 a 27 de Novembro próximos, será realizado no Anhembi em São Paulo, o Salão Internacional de Veículos Antigos (carros e motos), organizado pela mesma empresa que organiza o Salão Internacional do Automóvel. O local também é o mesmo.
Haverá ainda leilão de veículos e premiação dos melhores veículos do evento. Você vai? Não se esqueça de levar a câmera fotográfica. E o talão de cheques!
Texto e fotos: Gerson Brusco Gonzalez
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