Olá amigos do NA! Venho aqui para postar minha experiência com meu Punto T-Jet ano modelo 13/13.
(Veja também os mais de 220 relatos de usado da semana que já publicamos aqui no NA desde 2009.)
Estou com o veículo há 2 anos, mas apenas a 11 mil km pois como trabalho viajando realmente rodo pouco com o carro. Quando fui trocar de veículo estava pensando no Punto T-Jet, New Fiesta hatch 1.6 16v ou no Uno Sporting 1.3 Firefly que tinha acabado de ser lançado.
Como sou solteiro e tenho 22 anos sem filhos, carro espaçoso não é uma prioridade para mim. Primeiro descartei o Uno pelo preço 0km ser maior que os outros dois usados (como era recém lançado ainda não tinha nenhum anunciado como usado).
Depois desconsiderei o New Fiesta por não acha-lo na versão Titanium manual prata. Por se tratar de uma versão rara não achei nenhum na minha região. Por coincidência um amigo próximo comprou um SEL manual modelo 16/17 pouco tempo depois que comprei o Punto então tive uma comparação entre os dois (falarei mais durante a matéria). Então fui em busca do Punto.
Minhas prioridades eram: ser branco (porque a versão T-Jet não existe prata), possuir o teto solar (não uso, mas a revenda fica mais fácil com ele) e possuir o ar condicionado digital.
Com pouco tempo de pesquisa encontrei esse exemplar anunciado, único dono, com 34 mil km na época pelo valor de tabela. Fui olhar o carro e fechei negócio. O antigo dono não quis abaixar nem 1 centavo do preço, vi que estava se desfazendo do carro com tristeza.
Logo após a compra fiz uma geral preventiva bem-feita na época foi trocado a correia dentada, trocado todos os óleos e filtros, alinhamento, balanceamento e etc… Então como sou chato com manutenção o carro sempre está bem regulado.
Vamos agora por pontos:
Defeitos apresentados e manutenção
Sempre tive ciência dos problemas crônicos dos T-Jet, tais como polia do virabrequim, quebra do cambio, trinca do coletor, trinca da carcaça da turbina… até agora o meu com quase 45 mil km não apresentou nenhum destes problemas e quando comprei o antigo dono na época jurou de pé junto que com ele também nada…
Os defeitos comigo foram:
O comando dos vidros elétricos e do retrovisor queimou uma das duas lâmpadas internas, como não tem jeito de trocar só a lâmpada tem que trocar a peça inteira custa 300 reais na concessionária.
Uma vez acendeu a luz da injeção levei no meu mecânico de confiança, deu um código de defeito no corpo de borboleta, ele abriu lubrificou e trocou uma mola que tem dentro aí foi resolvido o problema.
Se tivesse que trocar o TBI era quase R$ 2.000 o valor da peça na concessionaria.
Tive a falta de sorte de bater em um buraco em uma noite chuvosa, resultado: um amortecedor dianteiro começou a vazar óleo, (sorte ainda que não rasguei o pneu) estes amortecedores do T-Jet são da marca Cofap, mas só se acha na concessionaria e sob encomenda, resolvi então já comprar o par dianteiro com coifas e batente.
Ficou por R$ 1.380 a vista.
Quando busquei ele veio na caixa da Mopar, mas no próprio amortecedor vem as gravações da Cofap e da Fiat do mesmo jeito que saem de fábrica. Tirando isso só as manutenções preventivas.
Quando chegou a 42 mil km já estava na hora de trocas os 4 pneus ainda originais do modelo, 2 chegaram na TWI e 2 anda rodavam só mais 1 mil km. Como os originais Pirelli P6 Four Seasons saíram de linha coloquei Pirelli P7 Cinturato nas medidas originais 205/50R17.
Custaram, pagando à vista R$ 2.100 os quatro, fora alinhamento e balanceamento. O mais curioso e que algumas medidas parecidas como 215/50 por exemplo são bem mais baratas.
A justificativa da vendedora foi “Por ser medidas originais de montadora, são mais caros mesmo”. Ah nesse dia aproveitei e já troquei as pastilhas dianteiras (traseiras ainda estão meia vida) R$ 210 o par, marca Frasle.
O motor tem um certo jeitinho para trocar o filtro de óleo não e tão prático como a maioria dos veículos. Não sei explicar direito o porquê, mas já reparei que dá uma certa dor de cabeça, não troquem óleo de T-Jet em qualquer lugar.
Agora dois defeitos crônicos de Punto que constatei ser verdade, são a porta dos porta luvas que parece ser muito frágil e dificuldade de encaixe, outra coisa e o bocal da tampa do tanque de gasolina que também se tem dificuldades para fechá-la, tem que ter paciência para fecha-la umas 3 vezes até travar.
No mais utilizo no carro o filtro inflow e Militec, de resto mecânica 100% original.
Acabamento
Para mim um ponto positivo. Lógico que pela categoria não se pode esperar nada muito luxuoso, mas ele cumpre bem seu papel. Apesar de o painel ser todo de plástico rígido, a parte branca é de um material emborrachado.
Tudo é bem montado, não se vê rebarbas nos encaixes das peças. Os bancos de couro e tecido são de bom gosto e abraçam bem os ocupantes. Todas as 4 portas têm uma parte generosa em couro também.
Fora que as manoplas de cambio e freio de mão, também são revestidas em couro, originais de fábrica. O teto preto também ficou muito bonito. O ”efeito night design’’ é um show à parte, quase todos que entram no carro a noite fazem algum comentário elogiando os LEDs.
Sem dúvida muito superior ao New Fiesta SEL do meu amigo, como ele mesmo comprovou. Única coisa que não gostei e do velocímetro que marca de 30-30 e vai até 270. Preferia ser tradicional de 20-20 e fosse até 240 somente.
Estabilidade e suspensão
Molas e amortecedores são diferentes das outras versões do Punto. Por ser rodas 17 e perfil 50 deve ter cuidados em vias muito esburacadas, até porque se não andar mais cauteloso nesta situação, fica desconfortável para os ocupantes, normal pela suspensão ter uma calibração mais esportiva.
Vira e mexe tem gente perguntando se o carro não é rebaixado.
No asfalto liso o carro é bastante confortável e estável, carroceria rola muito pouco mesmo em curvas mais fechadas e em alta velocidade. E também os bancos seguram bem o corpo nestas situações.
Até hoje sem nenhum barulho nem de suspensão nem de acabamento.
Equipamentos
O Punto T-Jet peca por não ter controles de estabilidade e tração. Até que o de estabilidade nunca me fez falta, mas o de tração faz. Algumas situações quando se está com o pé no fundo e a turbina entra o carro da uma patinada.
Mas é o ditado: ’’antes ter e não usar do que não ter e precisar’’.
Com todos os opcionais o carro vem bem completo como o teto solar, ar digital, acendimento automático de faróis e limpador de para-brisa, 6 air bags fora os opcionais normais da categoria.
O carro possui alguns detalhes que eu particularmente acho bem interessante: a chave reserva é igual a normal, canivete com alarme e tudo; o estepe e roda de liga leve iguais às do carro; parafusos antifurto nas rodas; abertura interna do bocal do tanque. (O New Fiesta por exemplo não tem nada disso).
Som e multimídia
O rádio original é bom, tem CD, USB, Bluetooth, comandos no volante…
Só coloquei multimídia para instalar uma câmera de ré mesmo… o sistema de som também e excelente com dois autofalantes de 6’’ nas portas dianteiras, dois de 5’’ nas traseiras, 4 tweeters um em cada porta e o autofalante no porta malas.
Para mim que não escuto música alta e só ando com vidro fechado e som ambiente sobra muita potência… eu por exemplo escuto no máximo até o volume 12.
Desempenho
Aqui está um ponto crucial. Hoje vejo muitos comentários (principalmente no YouTube) de gente chamando o Punto T-Jet de manco. Eu não concordo.
Hoje é muito fácil criticar o T-Jet, sendo que tem muitos motores turbo mais novos e mais tecnológicos no mercado. Só de não ter injeção direta já fica para traz dos turbos atuais.
Pela minha experiência com o carro e pelos veículos que já guiei anda mais que todos até 2.0 (aspirados) atuais com exceção do Sandero RS (acredito que ande mais pelo câmbio 6 marchas muito curto que pelo motor) e o Focus com injeção direta.
Acima de 2500 rpm tem força até o limite de giro. Muitos falam sobre a falta de força até 2000 rpm e ela realmente existe (principalmente com ar ligado) para efeito de comparação a Saveiro Cross 1.6 16v e o Argo 1.3 (carros que temos na família e que já dirigi) são mais fortes que ele até essa faixa de giro.
Com o New Fiesta 1.6 16v são equivalentes (se tiver alguma vantagem para algum é imperceptível dirigindo os dois). Mas passou desta faixa de rotação o Punto despacha os três com facilidade.
Acredito que qualquer 8v acima de 1.3 e melhor que ele até 2000 RPM. O carro em reta começa a perder folego só aos 190 km/h, mas se tiver espaço ainda chega aos 210 km/h na reta. Olhando para a idade do projeto e pelo valor do carro hoje, está de muito bom tamanho.
Consumo
O meu com manutenção em dia, andando “bem” na cidade (sem correr como doido) é de 9 km/l, se pegar algumas avenidas sem transito chega a 10 km/l.
Se o motorista tiver um jeito de dirigir bem tranquilo, pegar avenidas e não pegar transito faz 11 km/l. Se não fizer questão do ar ligado acredito que ainda melhora um pouco.
Se sair acelerando a cada sinal e correndo igual doido faz 7.
Na estrada andando sempre forte e sem ter ninguém atrapalhando faz 9, se precisar ficar forçando em retomada faz 7. Como rodo pouco em estrada e não tenho paciência de obedecer aos limites não sei o consumo dele andando na manha.
Detalhe 1: Carro abastecido somente com gasolina podium. A título de curiosidade está R$ 6,04 no único posto que tem essa gasolina em Contagem (janeiro/2019)
Detalhe 2: Ar condicionado ligado 100% do tempo.
Detalhe 3: Moro em Contagem/BH quem conhece a região sabe que tem muitas subidas e descidas. Para efeito de comparação meu pai tem um Corolla Altis CVT que faz 8 km/l na gasolina.
Câmbio
Aquele clássico da Fiat, engates longos e um pouco imprecisos. A 90 km/h está a 2500 rpm.
A 120 km/h está a 3250 rpm. Merecia a caixa de seis marchas do Bravo, para aprimorar desempenho e consumo.
Ar condicionado
Gela muito bem. Rouba nitidamente potência do motor até 2000 rpm, depois não se sente seu uso.
Conclusão
Como todos os carros, tem pontos positivos e negativos.
É um carro para proprietários que não tem dó de gastar com manutenção. Lembrando os problemas crônicos que podem se manifestar em qualquer modelo. Mesmo manutenções preventivas o custo e maior que dos veículos da mesma categoria.
E pelo que já vi e ouvi falar as corretivas é que são caras mesmo. Se forem comprar usado muito cuidado com o histórico de manutenção do antigo dono.
O carro mesmo já fora de linha ainda atrai alguns olhares pelas ruas, e tem sempre algum conhecido falando ’’quando for vender me avisa’’, mas como eu mesmo disse acho que e um carro barato de se comprar, mas caro de se manter, como por exemplo meu seguro ficou em R$ 3000 por ainda ter bônus senão seria mais caro ainda.
Em relação ao já citado New Fiesta gostei da direção elétrica para manobras e por ter controles de tração e estabilidade, no resto o Punto é superior em absolutamente tudo (na minha opinião, meu tipo de uso e minha convivência com os dois carros).
Hoje eu só trocaria ele por dois modelos: ou Focus injeção direta ou o Golf GTI.
Porém o Focus tem o problemático cambio Powershift e o GTI usado na minha região não se acha por menos de R$ 100 mil.
Então, pretendo troca-lo só em 2020 ou pelo Polo GTS ou pelo Argo 1.3 Turbo.
Abraço a todos!!
Por Fabio Bortolini
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