O Corolla Cross ainda busca uma posição mais importante no segmento de SUVs, onde ele terminou o ano passado na 10ª posição.
Ainda assim, estamos falando de 3.500 unidades vendidas por mês, um número considerável.
Mas o que você deve ficar atento, caso esteja considerando esse modelo para ocupar uma vaga em sua garagem?
Quais são seus principais pontos negativos, que talvez o fariam desistir da compra?
Confira!
É mais caro que o Corolla, e pior do que ele
A base para o Corolla Cross foi seu irmão sedã, um dos carros de maior sucesso no mercado brasileiro e líder disparado em seu segmento. Isso tudo criou uma enorme expectativa em cima do SUV.
O fato é que ele também vende bem por aqui, mas se você está pensando em comprá-lo e consegue incluir carros de outros segmentos na sua pesquisa, já percebeu que o Corolla é melhor em quase tudo quando comparado ao Corolla Cross?
O sedã é um carro mais barato, que varia aproximadamente entre R$ 149 mil e R$ 199 mil, enquanto o SUV fica entre R$ 162 mil e R$ 211 mil.
E ele oferece os mesmos conjuntos mecânicos e praticamente a mesma lista de equipamentos.
Além disso, o Corolla tem um espaço interno mais apropriado para famílias com filhos, seu porta-malas é maior, ele é mais confortável graças à suspensão multilink, oferece mais desempenho, é mais econômico e tem um acabamento superior.
Se você faz questão de um SUV, esse motivo pode ser completamente ignorado.
Mas talvez seria melhor repensar a compra…
Espaço interno apenas razoável
O espaço interno do Corolla Cross não é ruim, mas estamos falando de um SUV médio, que deveria acomodar tranquilamente uma família com filhos, bagagens, animais de estimação e a sogra em viagens mais longas.
E isso o Corolla Cross não faz, pelo menos não como deveria. Como citado acima, ele perde para seu irmão sedã no espaço interno e no tamanho do porta-malas, onde leva 440 litros (30 a menos que o Corolla).
Em relação a seus rivais diretos, a impressão que fica é que o modelo da Toyota não tem tanto espaço quanto Taos ou Compass.
E veja que o entre-eixos não é tão diferente: o Corolla Cross tem 2,64 metros, ficando entre o Jeep (2,63 m) e o Volkswagen (2,68 m).
Não estamos dizendo que ele é um carro apertado, longe disso. Mas a comparação com o Corolla, que tem 2,70 m de entre-eixos, deixa a impressão que o SUV poderia oferecer mais.
Desempenho abaixo dos rivais
Uma grande diferença entre o Corolla Cross e outros do segmento é que o japonês segue sem a oferta de motores turbo, algo esperado olhando o histórico da marca. E os rivais?
O VW Taos é vendido apenas com o propulsor 1.4 TSI, que tem 150 cv e 25,5 kgfm, enquanto o Jeep Compass tem os motores 1.3 turbo, de 185 cv e 27,5 kgfm, e a opção diesel, que vamos deixar de fora desse comparativo.
Enquanto isso, o Corolla Cross usa o mesmo motor 2.0 que já conhecíamos no Corolla, com 177 cv e 21,4 kgfm de torque. Esse motor aspirado tem injeção direta, mas e o desempenho?
A aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 9,8 segundos, enquanto o Taos faz o mesmo em 9,3 segundos e o Compass em 9,4 segundos. Já na velocidade máxima, o Corolla Cross fica perto do Taos (195 km/h e 194 km/h), enquanto o Compass é superior (206 km/h).
O modelo da Toyota ainda conta com suas versões híbridas, que são excelentes se você faz questão de um carro mais econômico. O problema é que, com esse conjunto, o desempenho é ainda pior.
Estamos falando da união do motor 1.8 de 101 cv e 14,5 kgfm com o propulsor elétrico de 72 cv e 16,6 kgfm, gerando uma potência combinada de 122 cv (o torque não é informado).
Assim, o Corolla Cross Hybrid chega aos 100 km/h em 13 segundos e alcança 170 km/h.
É importante frisar que a proposta aqui é a economia de combustível, e isso ele cumpre bem. Mas o desempenho não empolga, chegando a incomodar em algumas situações.
Acabamento empobrecido
Em qualquer compra, se você paga mais caro, naturalmente espera receber um produto com qualidade superior. Infelizmente, no universo dos carros isso nem sempre acontece.
É só ver que o Corolla Cross, que começa acima dos R$ 162 mil, não oferece um acabamento primoroso. Ainda vemos muitas regiões com plástico duro, inclusive em partes que o Corolla sedã tem materiais melhores.
Os tons escolhidos também não passam a impressão de requinte, ainda que alguns possam discordar disso.
Mas o fato é que o segmento pede mais, e isso é visto nos dois concorrentes que estamos citando nesta matéria.
O Jeep Compass, por exemplo, se destaca pelos materiais no painel, nas portas e no console central. E até mesmo o VW Taos, que é inferior ao Jeep, ainda consegue ser superior ao SUV da Toyota.
Equipamentos antiquados
Existem algumas coisas inexplicáveis no Corolla Cross quando olhamos para sua lista de equipamentos, ou melhor, para o que não vemos nela.
Um dos destaques negativos está na falta do freio de estacionamento elétrico, presente no Taos e no Compass. Aliás, o Corolla Cross não só deve nisso, mas ainda usa o antiquado pedal para acionar o sistema.
Essa era uma crítica ao Corolla sedã, que usa a alavanca central, mas a marca perdeu a oportunidade de corrigir a falha quando lançou o SUV por aqui.
E não podemos esquecer que a versão norte-americana do Corolla Cross tem o freio de estacionamento acionado por botão.
Também vale relembrar que o SUV não tem a suspensão traseira multilink do irmão sedã, mas sim o eixo de torção. Justamente num carro que exige mais estabilidade.
Outro ponto negativo é o estepe. Enquanto as rodas do carro tem medidas 225/50 R18 na versão XRE, por exemplo, o estepe de emergência é 155/70 R17.
Diversos carros usam esses pneus mais finos, mas aqui a diferença para as rodas e pneus do carro é muito grande.
Conclusão
O Corolla Cross deve continuar entre os SUVs mais vendidos do país, afinal a marca inspira muita confiança e o carro tem diversas qualidades.
Mas não ignore os pontos citados acima se você estiver avaliando essa compra.
Além disso, aproveite uma possível ida à concessionária (se você não abre mão de um Toyota) e dê uma olhada no Corolla sedã, um modelo que custa menos e oferece mais que seu irmão SUV.
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